Notícia
A tômbola da sorte
O documentário “Waiting for Superman” foi o vencedor do Sundance Festival nos Estados Unidos.
16 de Setembro de 2010 às 17:20
![](http://www.jornaldenegocios.pt/images/2010_09/20100915_atomboladasorte_home.jpg)
Daisy é uma menina que vive em Los Angeles, frequenta o 5º ano e que, contra tudo e contra todos, não desiste dos seus planos para o futuro; Francisco nasceu e cresceu no Bronx e a sua mãe tudo fará para que a vida lhe dê uma oportunidade; Anthony vive em Washington e prometeu a si mesmo não deixar que a droga, que condenou o seu pai, faça o mesmo com ele; Emily está no 8º ano, em Silicon Valley e o seu maior medo é que seja sempre marcada por não “se enquadrar” na universidade; e, finalmente, Bianca que frequenta um jardim infantil da zona de Harlem e é filha de uma mãe solteira, terá de esperar para ver se a bola da sorte para uma educação digna saia de uma tômbola igual à do euromilhões.
Com estreia prevista para 24 de Setembro, o documentário “Waiting for Superman” , título escolhido devido a um dos intervenientes no documentário (v. Caixa 2) e sobre o qual o VER já escreveu, traça o declínios dos standards educacionais na América e coloca as charter schools – as escolas públicas, mas autónomas e que geralmente surgem da iniciativa de grupos de professores ou de pais, de ONGs ou de empresas – como aquelas que melhores resultados têm demonstrado, principalmente entre as populações mais carenciadas. Contudo e como não há bela sem senão, e na impossibilidade de seleccionarem os alunos, estes entram por um sistema simples de sorteio (que marca o final do filme). Ora, se por um lado o futuro de todos nós é tão incerto como ganhar ou não a lotaria, nos Estados Unidos o bilhete para uma vida digna passa, neste preciso momento e com este sistema, exactamente por critérios tão aleatórios como a sorte ou o azar.
Contudo, o documentário de Guggenheim apresenta, através da história das personagens escolhidas e das entrevistas efectuadas a vários tipos de responsáveis educativos, os muitos problemas que o sistema educativo norte-americano atravessa e que, afinal, não são assim tão diferentes quanto os nossos: notas baixas no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), a burocracia excessiva existente nas escolas, a apatia dos professores e o fosso inultrapassável entre os que podem dar uma educação esmerada aos seus filhos e os que não têm condições para isso.
Leia aqui o artigo do VER