Talvez porque "desde 1992 e finais de 2003 a empresa foi do "'boom' da nascença ao declínio total", os accionistas e a gestão, que em 2004 tomaram conta da Mistolin, resolveram mudar de estratégia. Desde então, explica Óscar Neto, gerente da Mistolin, a fabricante de detergentes líquidos conseguiu a "total recuperação financeira", apostou nas exportações e hoje está concentrada em internacionalizar as actividades, com duas unidades.

Nos últimos três anos, garante o administrador, "os resultados foram francamente positivos", com um EBITDA (resultados antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) acima de meio milhão de euros, o que Óscar Neto justifica através "das apostas estratégicas implementadas". Desde 2004, a empresa absorveu um milhão de euros de investimento.

"As vendas evoluíram favoravelmente", com "um crescimento médio anual de 30%". Em 2010, a Mistolin registou vendas de 10 milhões de euros, "tendo estagnado um pouco", explica o responsável, "fruto da conjuntura económica nacional e internacional e muito por culpa do aumento exponencial das matérias-primas". Hoje a Mistolin é uma empresa exportadora, com 43,31% das suas vendas feitas no exterior: Angola (54,98% das exportações), Cabo Verde (30,83%), Espanha (11,46%). Os restantes mercados perfazem pouco menos de 3%.

Para os próximos três anos, "as expectativas são animadoras", define. O volume de negócios irá situar-se "entre os 11 e os 12,5 milhões de euros, com resultados líquidos após impostos de um milhão de euros" em 2011, prevê.

Força laboral vai triplicar

É com este desempenho que a Mistolin avança agora para o próximo desafio: a internacionalização, com uma fábrica em Cabo Verde e outra em Marrocos. "Os mercados emergentes que nos despertam maior interesse, e os quais são alvo de investimento acentuado, são Marrocos, China, Cabo Verde, Moçambique e o mercado europeu".

A distribuição das vendas externas poderá, assim, sofrer alterações em breve, fruto dos investimentos de 1,5 milhões de euros (nos próximos dois anos) que a empresa está a efectuar. "Acreditamos que possivelmente os valores [vendas] vão aumentar fundamentalmente no mercado do Magrebe e Espanha". A empresa realizou recentemente uma aliança em território espanhol com parceiros locais (Mistolin Espanha).

Com a expansão internacional, crescerá a força laboral da empresa, que hoje emprega 89 colaboradores (eram 82 em 2010). "Nos próximos três anos perspectivamos, contando com as unidades produtivas criadas no exterior, empregar entre as 250 e as 300 pessoas", explica Óscar Neto.