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Seguros dentários: Say cheeeeese

Contratar um seguro dentário: sim ou não? Compensa? Se o objetivo é garantir apenas as despesas com a saúde do sorriso, sim. Quanto mais pessoas incluídas na apólice e maior o número de tratamentos, mais vale a pena.

Inês Gomes Lourenço
23 de Junho de 2020 às 10:30
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Para quem pretende, sobretudo, garantir as despesas com a saúde oral, a opção mais acertada é a subscrição de um seguro dentário. Permite o acesso a uma rede de prestadores convencionados, onde os tratamentos podem ser feitos a preços mais reduzidos. Isto, em comparação com o recurso ao particular puro e duro. Com base em dois perfis de consumo anuais - um, de uma só pessoa, e outro, de um casal com dois filhos -, calculámos poupanças de mais de 140 euros, no primeiro caso, e acima de 1300 euros, no segundo. A opção pelo seguro dentário é tanto mais vantajosa quanto mais pessoas estiverem incluídas na apólice e maior for o número de tratamentos efetuados.

Para o perfil do consumidor individual, definimos um conjunto de tratamentos, que, realizado nas redes médicas dentárias que analisámos, custa entre 535 euros (rede ADE) e 619 euros (rede Médis). Contas que pode ver no quadro de Escolhas Acertadas. No caso da família, o perfil de consumo é, logicamente, superior, implicando não só vários tratamentos, como consultas também. O custo deste cabaz de atos médicos nos prestadores das redes avaliadas varia entre 1134 euros (Dentinet) e 1825 euros (Multicare).

Mas, para chegar ao custo total do seguro, ao preço dos tratamentos há que adicionar os prémios das apólices. Procure-os na página ao lado e confira os valores totais na coluna "consumo + prémio". É para aí que deve direcionar o olhar, em busca do melhor seguro dentário. As maiores poupanças são obtidas com o seguro da Asisa, para o perfil do consumidor individual, e com o seguro da Lusitania, no caso da família. Poupanças em relação a quê? Em relação aos custos dos mesmos tratamentos, para os mesmos perfis, nos prestadores privados. Na infografia ao lado, apresentamos a média de preços, com base em orçamentos solicitados a várias clínicas.

Nem sempre o preço é tudo

Parece (mais ou menos) fácil escolher um seguro dentário. Há que analisar o pacote de coberturas que integram a base do seguro. Não se espante se vir que uma apólice dá acesso a uma rede de... parto. É uma forma de criar diferenciação e tornar o produto mais atrativo. Mas também é preciso verificar os valores das tabelas de copagamentos e, claro, o prémio. E há um ponto fundamental: a dimensão da rede e a sua representatividade na área de residência do segurado. Se, nas grandes cidades, não há dificuldade em encontrar clínicas e profissionais convencionados, o mesmo não se pode dizer das cidades mais pequenas. Nestes casos, ao contratar um seguro dentário, pode ser preciso juntar uma despesa aos tratamentos e ao prémio: as deslocações até às zonas onde existem prestadores. Ou seja, nem sempre compensa contratar um seguro dentário, mesmo que tenha um preço baixo e um pacote de coberturas atrativo. Isto mesmo confirmámos numa análise aos custos que os habitantes de três municípios afastados dos grandes centros urbanos - Freixo de Espada à Cinta, Belmonte e Aljezur - têm de suportar para cuidar da sua saúde oral. Algumas das redes médicas dentárias que analisámos não disponibilizam um único prestador nestas cidades. Os moradores de Freixo de Espada à Cinta, por exemplo, têm de percorrer 40 quilómetros até Torre de Moncorvo para encontrarem uma clínica pertencente à rede.

Contas feitas ao ir e vir para o perfil do consumidor individual - multiplicámos o número de deslocações e os quilómetros percorridos pelo valor das ajudas de custo em 2020 -, não compensa contratar um seguro dentário, porque, no final, paga mais do que recorrendo ao privado. Já para o cenário da família, vale a pena, mas a poupança é inferior à que apresentamos no quadro das Escolhas Acertadas. Conselho de ouro: confira sempre a chamada "capilaridade" da rede antes de contratar um seguro dentário.

Porque não um seguro de saúde?

Porque não. Ao contrário do que acontece nos seguros de saúde tradicionais, nos seguros dentários, não há limites de capital, exclusões, franquias (parte dos custos a cargo do segurado) ou períodos de carência. A idade para poder contratar este tipo de apólice também não é um entrave: a generalidade dos seguros de saúde está vedada a quem tem mais de 65 anos, mas não os seguros dentários, que podem ser subscritos em qualquer idade. Além disso, um seguro de saúde é uma opção mais dispendiosa, pois integra outras coberturas, como internamento hospitalar ou assistência ambulatória. A cobertura de estomatologia, incluída apenas nos pacotes superiores, tem, por norma, um limite de capital reduzido, raramente superior a 500 euros anuais, o que pode ser insuficiente no caso de um tratamento mais caro.

E os cartões de saúde dentários?

Seguros dentários e cartões de saúde dentários funcionam da mesma maneira - ambos dão acesso a uma rede convencionada com descontos -, mas diferem na forma de subscrever ou terminar o contrato. Nos seguros dentários, há o direito de livre resolução (pôr fim ao contrato nos 30 dias seguintes sem justa causa), e basta não pagar o prémio para o anular. Com os cartões de saúde, ainda que deixe de pagar, o contrato renova-se automaticamente e os prémios mantêm-se em dívida. E só nas vendas à distância pode desistir ao fim de 14 dias.





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