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AHRESP defende que bares e discotecas têm "todas as condições" para reabrir

A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) defende que os estabelecimentos de animação noturna, encerrados desde março devido à pandemia, têm "todas as condições" para reabrir em segurança, com medidas específicas, inclusive nas pistas de dança.

19 de Junho de 2020 às 17:01
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"A área da pista de dança deverá ser marcada no chão por meio de quadrados, com 2,25 metros quadrados de área cada, que permitam garantir a distância física entre pessoas", propôs a AHRESP, no âmbito do guia de boas práticas para os estabelecimentos de animação noturna, entregue ao Governo, no sentido de "contribuir para a rápida reabertura" de bares e discotecas.

A Lusa questionou o Ministério da Economia sobre a data prevista para a reabertura dos estabelecimentos de animação noturna, ao que a tutela disse que "serão divulgadas novas informações em momento oportuno".

Além do distanciamento social, a entidade liderada por Ana Jacinto recomenda que todos os colaboradores e clientes usem máscara de proteção, "obrigação que é dispensada quando, em função da natureza das atividades, o seu uso seja impraticável".

Fruto de um "amplo consenso" dos muitos empresários que se reuniram com a AHRESP, o guia de boas práticas para os estabelecimentos de animação noturna inclui regras sobre a capacidade dos espaços, o controlo de entrada de clientes, o uso de equipamentos de proteção individual, a limpeza e desinfeção do espaço e o serviço de alimentação e bebidas.

"O encerramento da 'noite' e dos seus estabelecimentos está a tornar-se insustentável para as empresas", alertou a associação, que representa empresas de animação noturna e não só, indicando que o setor está "em grave crise", devido à pandemia da covid-19.

Considerando que é "urgente e necessária" a reabertura destes estabelecimentos, a AHRESP avançou com o guia de boas práticas para a animação noturna, que "tem como base o guia de boas práticas para a restauração e bebidas", desenvolvido pela associação e que teve a validação da Direção-Geral da Saúde (DGS).

"Mas contempla também questões específicas para a atividade da animação noturna", ressalvou a associação. Cumprindo as regras recomendadas pelo guia de boas práticas, acrescentou, "este setor, que está a passar por uma situação de extrema gravidade, sendo um dos poucos que ainda se mantêm encerrados por diploma legal e aquele que primeiro encerrou, tem todas as condições para poder reabrir em segurança".

Relativamente à ocupação dos espaços de animação noturna, a AHRESP sugeriu que seja limitada a capacidade do estabelecimento, "por forma a assegurar o distanciamento físico recomendado (dois metros) entre as pessoas e garantir o cumprimento da legislação em vigor".

"Sempre que possível e aplicável, promover e incentivar o agendamento prévio para reserva de lugares por parte dos clientes", lê-se no guia.

Na quinta-feira, cerca de 130 trabalhadores do setor de animação noturna protestaram em Lisboa, numa manifestação silenciosa pela reabertura de espaços como bares e discotecas.

O protesto culminou na entrega de um cesto de chaves de estabelecimentos de animação noturna, em frente à Assembleia da República, em Lisboa, para que o Governo vá "gerir os negócios" como bares e discotecas.

A manifestação "O silêncio da noite... à procura de respeito e respostas" foi marcada através das redes sociais pelo movimento "O silêncio da noite", que surgiu em consequência do encerramento, sem previsão de abertura, dos estabelecimentos noturnos, determinado pelo Governo devido à pandemia da covid-19.

O porta-voz do grupo e presidente da Associação de Discotecas Nacional (ADN), José Gouveia, sublinhou que a manifestação aconteceu para que se assista ao "fim do silêncio do Governo e para que este comece a falar sobre a noite e de quando vão abrir os bares e as discotecas".

"Só estamos à espera que a DGS nos diga como devemos agir. Como é evidente, se me dissesse há dois meses que tinha de usar máscara, diria que não era possível. Hoje o uso de máscara faz parte, é como um acessório de roupa", disse José Gouveia, exigindo que o Governo determine uma data para que os estabelecimentos possam reabrir.

Portugal contabiliza pelo menos 1.527 mortos associados à covid-19 em 38.464 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da DGS.
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