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Mário Ferreira: "Isto da Madonna é para português comer"

O líder da Douro Azul relativizou o efeito dos famosos a viver em Portugal ao nível do marketing internacional e ouviu de António Costa que "o país só pode estar agradecido" aos empresários do turismo.

Ricardo Castelo
27 de Setembro de 2017 às 19:32
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Mónica Bellucci, Eric Cantona, Christian Louboutin, Philippe Starck, Madonna. São cada vez mais as pessoas com fama planetária que escolhem Portugal como primeira ou segunda habitação, mas Mário Ferreira, um dos maiores empresários turísticos portugueses, minimiza os impactos na imagem do país.

"Isto da Madonna é para português comer. É bom para as redes sociais. (…) É positivo que as vedetas venham viver para cá, mas isso não é nenhum motor de marketing internacional. Essa notícia aparece na SIC, não aparece na CNN", reclamou o presidente da Douro Azul.

 

Durante um debate organizado pela Confederação do Turismo Português (CTP), em Vila Nova de Gaia, o empresário nortenho contrapôs que a aposta em trazer líderes de opinião e jornalistas internacionais ao país, por outro lado, "é relativamente barato, é um marketing agradável e ‘cola’".

 

Destacando a participação e a alavancagem dos agentes privados em campanhas de promoção, sobretudo a nível regional e local, Mário Ferreira lembrou que há uma década que Portugal é o segundo país na Europa em que mais crescem as receitas turísticas, só ultrapassado por Malta. "Alguma coisa tem de estar a ser bem feita", completou.

 

Questionado sobre a proposta da CTP para a criação de um Ministério do Turismo, o líder dos cruzeiros no Douro anuiu que, por exemplo nos mega congressos, nota que há um "tratamento diferente" quando há um ministro. No entanto, sublinhou, "só o cargo não quer dizer nada, tem de ser um ministro com influência e próximo do primeiro-ministro". É que, completou perante a secretária de Estado, Ana Mendes Godinho, "às vezes é melhor um bom secretário do que um ministro não influente".

 

Costa "agradecido" aos empresários

 

No encerramento desta comemoração do Dia Mundial do Turismo, o primeiro-ministro valorizou o "contributo significativo do turismo para a marca Portugal (…) e para a imagem geral do país nos mercados internacionais", contabilizando que, só neste sector, houve 2.115 prémios e distinções estrangeiros nos primeiros sete meses do ano.

 

No último ano e meio, completou, houve 600 milhões de euros de investimento neste sector, o que levou António Costa a afirmar que "o país só pode estar agradecido pela dinâmica dos empresários deste sector". No mesmo fórum apresentou como desafios a quebra da sazonalidade, a "desconcentração da oferta" e a diversificação para o turismo de Natureza ou de congressos, que pode "reforçar a capacidade de gerar uma maior coesão do território a nível nacional".

 


 

Antes de salvaguardar o "forte contributo" do turismo para outros sectores, como o agro-alimentar, mobiliário, materiais de construção, construção civil, indústria naval e transportes, no dia em que foi anunciada uma linha de apoio de dez milhões de euros para projectos de turismo sustentável, o chefe do Governo lembrou aos gestores na plateia outros dos instrumentos financeiros disponíveis.

 

Quais? Desde o Portugal 2020, em que já foram executados 399 projectos num financiamento total de 300 milhões de euros; até programas como o Revive, numa parceria entre os Ministérios da Economia e da Cultura que disponibilizou edifícios que são património nacional para "usufruto turístico"; passando por outros específicos para a promoção dos territórios do Interior (Valorizar) e mecanismos de capital de risco direccionados em particular para este sector.

 

 

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