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Estrangeiros ajudam turismo nacional a arrancar o ano em crescimento mais acelerado
Os primeiros dois meses do ano foram positivos para o turismo nacional. Mesmo sem o efeito do Carnaval, sentido no ano passado, quase todas as rubricas registaram um maior crescimento quando comparadas com o período homólogo. Um desempenho alcançado pela dinâmica gerada pelos turistas estrangeiros.
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Os estabelecimentos hoteleiros registaram cerca de 2 milhões de dormidas em Fevereiro de 2014, mais 6,5% que no mês homólogo do ano anterior, de acordo com os dados preliminares do Instituto Nacional de Estatística (INE).
No documento tornado público esta terça-feira, o INE refere que “para este resultado contribuíram principalmente as dormidas de não residentes (com um crescimento de 8,6%), embora com um acréscimo inferior ao de Janeiro (mais 10,3%)”.
As dormidas provenientes do mercado interno aumentaram 1,9%, em Fevereiro, “bastante menos que no mês anterior (9,6%)”, acrescentou a mesma fonte. O Ministério da Economia desvaloriza este abrandamento dizendo que “os portugueses claramente guardaram-se para as habituais viagens de Carnaval, do mês seguinte”.
Em termos acumulados, a evolução das dormidas entre Janeiro e Fevereiro foi de mais 8,1%, um valor superior ao crescimento de 0,8% registado nos primeiros dois meses de 2013.
O número de hóspedes na hoteleira atingiu os 775.900, em Fevereiro, mais 7,2% do que no homólogo. Já no acumulado dos dois meses, o crescimento foi de 8,9%, enquanto no ano passado havia sido registado um decréscimo de 0,3%.
Os proveitos totais, no segundo mês do ano, registaram um crescimento de 7,3%, enquanto os proveitos de aposento registaram um incremento de 7,6%.
Já no acumulado até Fevereiro, os proveitos totais creceram 6,9%, enquanto a receita média por quarto disponível (RevPar) aumentou 4,9%.
E se no seu comunicado, o INE refere que “a hotelaria mantém o crescimento, mas com desaceleração no número de hóspedes e de dormidas”, o Ministério da Economia, numa nota enviada às redacções, contesta esta afirmação dizendo: “Quer comparando o mês de Fevereiro quer comparando o acumulado Janeiro/Fevereiro assistimos a um crescimento sem qualquer desaceleração face a 2013 (e isto apesar de em 2013 o Carnaval ter sido em Fevereiro e este ano ter sido apenas em Março, pelo que só em Março se registará o seu efeito positivo).
Na mesma nota, o Ministério da Economia acrescenta que “no ano passado (um ano de recordes), por esta altura, o turismo em Portugal tinha crescido 0,8%. Este ano, cresce 6,5% (ainda sem o Carnaval, recorda-se)”.
Por categoria de estabelecimento, as unidades hoteleiras e apartamentos turísticos de cinco estrelas são as que mais se destacam quer em Fevereiro, como no acumulado dos dois meses. E apenas os aldeamentos turísticos verificaram decréscimo no período em análise.
“Vale a pena destacar ainda para Fevereiro, o crescimento da procura que foi particularmente expressivo nas categorias mais qualificadas, com os hotéis apartamento de 5 estrelas a subirem 25,2% nas dormidas, os hotéis de 5 estrelas com mais 14% e as pousadas mais 8,2%”, enumerou o Ministério da Economia, citando os dados do INE.
Em termos de mercados, o grupo dos 10 principais mercados emissores “representou 75,4% das dormidas de não residentes em Fevereiro (76,4% em igual mês de 2013), tendo-se destacado Espanha (mais 19,3% de dormidas).
O INE destaca “também França que registou aumento assinalável nas dormidas (mais 13%), tal como os EUA (mais 13,1%) e o Reino Unido (mais 12,1%)”.
Quanto às principais quedas essas verificaram-se no mercado do Brasil e da Irlanda que caíram 19,1% e 12%, respectivamente.
Por regiões, o INE refere que “a Madeira, Norte e Lisboa demarcaram-se das demais regiões com assinaláveis acréscimos nas dormidas em Fevereiro de 2014 (mais 11,2%, mais 9,9% e mais 8,4%, respetivamente), embora inferiores ao crescimento registado no mês anterior (mais 12,9% na Madeira e mais 13,0% no Norte e Lisboa)”.
“Apenas a região do Algarve evidenciou melhores resultados em Fevereiro de 2014 quanto a dormidas, comparativamente com a evolução no mês anterior (mais 4,9% em Fevereiro face a mais 2,3% em Janeiro)”, acrescentou.
Em termos totais, apenas os Açores têm um comportamento negativo no acumulado, com um decréscimo de 1,4%. Fazendo a divisão, o crescimento de 1,7% dos não residentes, não foi suficiente para inverter a queda.
Já as quebras sentidas nos turistas nacionais no Algarve e dos turistas estrangeiros no Alentejo não arrastaram os respectivos destinos para resultados negativos.
Sem previsões anuais, o Ministério liderado por António Pires de Lima sublinhou que “o ano passado (um ano recordes) começou de forma menos positiva do que o ano de 2014 está a começar”.