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Casamentos dão força ao crescimento do Grupo Pestana Pousadas

O Grupo Pestana Pousadas obteve receitas de 40 milhões de euros em 2017, mais 14% do que em 2016. Norte-americanos já são o principal mercado estrangeiro, revela o presidente, Luís Castanheira Lopes.

Marisa Cardoso/Sábado
25 de Fevereiro de 2018 às 14:19
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"O ano de 2017 correu bem, tivemos valores globais de receita da ordem dos 40 milhões de euros, um crescimento de 14% face a 2016, a que corresponde uma melhoria de 15% no alojamento e 13% na restauração", disse Luís Castanheira Lopes (na foto), em entrevista à Lusa, acreditando que "2018 ainda possa ser melhor".

O presidente do grupo explicou que o segmento da restauração dentro das pousadas está "a beneficiar da melhoria da situação em Portugal", traduzindo-se em "mais casamentos, eventos" naqueles locais.

"As pousadas são lugares de festa, de celebração, e esse mercado deslizou nos anos passados. O que notámos é que está a haver uma retoma nesse mercado, nomeadamente os casamentos, que nas pousadas mais pequenas têm um grande peso. Fazer um ou dois casamentos por mês é fundamental para a actividade global da pousada durante o ano.

Como existe alguma sazonalidade, e neste período de Janeiro a Abril e de Outubro a Dezembro há uma 'baixa', os casamentos acabam por ajudar a compor a prestação", disse, lembrando que "os casamentos são restauração, mas alavancam o alojamento".

Para além disso, após um primeiro período na concessão das pousadas dedicado a uma reorganização da rede, agora "com pousadas mais centradas nos edifícios classificados, pousadas maiores e melhores em termos de produto", o responsável diz que passaram "a ter uma oferta global muito melhor".

"Quando veio a procura, de 2014 para a frente, estávamos com o trabalho de casa feito e estamos a partir de basicamente 2016, e um 2017 melhor, a colher os frutos do trabalho, preparação, que fizemos", sustentou.

O Grupo Pestana - que tem a concessão das pousadas "na prática desde 2004" - diz que "quando a reestruturação da rede estava em curso, veio a crise", levando a que nos anos seguintes tenha havido "uma grande dificuldade na exploração".

Nessa altura, aproveitaram para fazer algumas mudanças: "A primeira e mais importante foi fazer entrar na rede pousadas novas, com maior dimensão, melhor localização e com melhores produtos (SPA, piscinas interiores, etc), reposicionando-nos.

Por outro lado, em alguns casos muito específicos, fizemos sair da rede algumas pousadas, tentando sempre, como é comprovável, que elas se mantivessem no Turismo, deixaram de ser pousadas, mas mantiveram-se em funcionamento. Exemplos, a Pousada de Santa Clara, em Odemira, a Pousada de Vale do Gaio, a Pousada de Oliveira, Pousada de Elvas. Todas elas continuam como hotel. O Turismo continua a ser servido", afirmou.

No início da privatização da Enatur a rede era constituída por 43 pousadas, com menos de 1.000 quartos, numa média de 25, e, actualmente, são 33 mais e o restaurante Casa do Leão. No total, a rede tinha mais de 1.400 quartos em 2017.

Norte-americanos são o principal mercado estrangeiro

O presidente do grupo Pestana Pousadas, Luís Castanheira Lopes, avançou ainda que no ano passado a taxa de ocupação das pousadas "subiu para cerca de 60% e muito também por causa da alteração do perfil dos mercados".

O mercado português continua a ser o principal, mas perdeu peso: passou para 27%, sendo os restantes 73% de clientes oriundos do estrangeiro.

"Os portugueses diminuíram percentualmente, em número absoluto não, e o mercado que está a ganhar prevalência é o americano, cujas estadas não são de fim de semana. Temos duas sazonalidades - a do inverno e a de fim de semana/semana - e estes mercados internacionais permitem atenuar a falta de portugueses durante a semana", explicou Castanheira Lopes.

O mercado dos EUA foi, assim, o que mais cresceu e é o primeiro estrangeiro, com 11% de quota. Seguem-se o inglês (10%), o alemão (7,5%), o francês (7%) e o espanhol (6,1%). Estes cinco mercados representam 45% dos clientes estrangeiros do grupo.

Quanto ao efeito da saída do Reino Unido da União Europeia ('Brexit'), Castanheira Lopes confirma "uma redução" deste mercado, o que o "preocupa", mas "ainda não é tema essencial". "Estamos muito expectantes", sublinhou.


Investimentos de 50 milhões de euros

Questionando sobre o investimento desde a privatização, Luís Castanheira Lopes lembrou que o Grupo Pestana fez "quatro pousadas de raiz (Porto, Viseu, Lisboa e Cascais)", fez a melhoria e ampliação de outras, num "valor acima dos 50 milhões de euros", a que acrescem os três milhões do Jéssica que, por obrigação do contrato, têm de afectar à conservação da rede todos os anos.

O Grupo Pestana Pousadas está à espera do lançamento de "quatro ou cinco" concursos do Programa Revive para estudar o eventual interesse numa candidatura, disse o presidente da empresa. Apesar de não querer revelar em concreto quais são os empreendimentos que pretendem analisar, admite que os da zona de Lisboa e Algarve despertam potencial interesse.

Relativamente à preocupação que o sector tem manifestado com a falta de trabalhadores no sector turístico, o responsável concorda, afirmando que, "neste momento, o problema central no Turismo são os recursos humanos".

"O Turismo de Portugal também está desperto para este problema, está a aumentar a capacidade de formação, mas não é um assunto que se resolva com uma lei e de repente. Temos que ter agora alguma paciência para aguentar que chegue essa mão-de-obra" e, admite, "desejavelmente qualificada".


O Grupo Pestana Pousadas tem 49% da Enatur, proprietária da marca e de um conjunto de pousadas que integram a rede, sendo 51% do Estado, através do Turismo de Portugal. O Grupo Pestana Pousadas é detido em cerca de 95% pelo Grupo Pestana, tendo a Fundação Oriente aproximadamente os restantes 5%.


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