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Trabalhadores da Infraestruturas de Portugal em greve esta segunda-feira e a 2 de julho

Os trabalhadores da Infraestruturas de Portugal (IP) e das suas filiadas estão em greve esta segunda-feira e e no dia 2 de julho, reivindicando melhores condições laborais, nomeadamente, o aumento dos salários.

A IP diz que pela especificidade técnica da atividade de manutenção de aparelhos de via, o número de empresas no mercado é escasso.
Benoit Tessier/Reuters
28 de Junho de 2021 às 06:47
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A plataforma de sindicatos que representam os trabalhadores da IP e das suas participadas (IP Engenharia, IP Património e IP Telecom) entregou um pré-aviso de greve com início às 00:00 e término às 24:00 dos dias 28 de junho e 2 de julho de 2021, depois dos colaboradores já terem parado em 2 de junho.

"Os trabalhadores da IP e das suas participadas não aceitam a discriminação praticada pelo Governo e aceite pela empresa que decide pelo aumento de salário para 308 dos seus 3.784 trabalhadores", defendeu, em comunicado, a plataforma sindical.

As reivindicações em causa prendem-se com o aumento de salários para todos os trabalhadores, o cumprimento integral do clausulado do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), a negociação coletiva como "fator de resolução e prevenção de conflitos", a atualização do valor do subsídio de refeição e a integração do abono de irregularidade de horário no conceito de retribuição.

Por outro lado, reclamam a atribuição de concessões de viagem na CP- Comboios de Portugal a todos os trabalhadores da IP e suas participadas, a aplicação integral do ACT em vigor na IP aos trabalhadores do quadro de pessoal transitório, a abrangência das deslocações e horas de viagem a todos os trabalhadores e o ajuste do subsídio de refeição nas ajudas de custo.

Os trabalhadores protestam também "contra a falta de produtos de limpeza e higiene e por melhores condições de higiene e segurança nas instalações sociais e nos locais de trabalho".

"Não basta termos um ministro que tutela o setor ferroviário [Pedro Nuno Santos] a afirmar a realização de investimentos na ferrovia, "mas que se esquece dos trabalhadores das empresas do setor ferroviário", vincou.

A plataforma que representa os trabalhadores da IP e das suas participadas é constituída pela Associação Sindical das Chefias Intermédias de Exploração Ferroviária (ASCEF) e pelos sindicatos Nacional dos Transportes Comunicações e Obras Públicas (FENTCOP), Nacional Democrático da Ferrovia (SINDEFER), Independente dos trabalhadores Ferroviários, das Infraestruturas e Afins (SINFA), Independente Nacional dos Ferroviários (SINFB), Independente dos Operacionais Ferroviários e Afins (SIOFA), Nacional de Quadros Técnicos (SNAQ) e dos Transportes Ferroviários (STF).

Face à ausência de respostas do Governo e da administração após a greve do passado da 02 de junho, em que circularam apenas 25% dos comboios, conforme estipulados pelos serviços mínimos, as estruturas sindicais tinham já anunciado que iriam avançar para mais dois dias de paralisação na última semana de junho e na primeira de julho.

O Tribunal Arbitral não acedeu ao pedido da Infraestruturas de Portugal (IP) para que durante os dois dias de greve fosse assegurada 50% da atividade, reduzindo os serviços mínimos à segurança e manutenção.

Na decisão, publicada pelo Conselho Económico e Social (CES) na sexta-feira, lê-se que "os representantes das partes prestaram os esclarecimentos solicitados pelo Tribunal Arbitral", tendo os representantes dos trabalhadores demonstrado "abertura para outorgar novo acordo de prestação de serviços na linha de anterior greve".

No entanto, "os representantes dos empregadores reiteraram a sua posição sobre os serviços mínimos já transmitida na DGERT [Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho], apontando para a prestação de 50% da atividade como serviços mínimos".
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