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Prepare-se para oitava greve do metro este ano
Esta sexta-feira, o Metropolitano de Lisboa pára mais uma vez. É a oitava vez este ano que há uma paralisação da operação da empresa, e já uma nova agendada para 15 de Julho.
A circulação de comboios do Metropolitano de Lisboa deverá ser suspensa esta quinta-feira, 25 de Junho, às 23:20, devido à greve de 24 horas convocada por vários sindicatos para sexta-feira, sendo retomada às 06:30 de sábado, 27 de Junho.
A greve, a oitava realizada este ano, pretende protestar contra a subconcessão da empresa, já atribuída pelo Governo à empresa espanhola Avanza, e contra a prevista dispensa de trabalhadores. Há já uma nova greve calendarizada, marcada para 15 de Julho, altura em que também a Carris irá parar.
Para minimizar os inconvenientes para os utentes, desta vez, o Metropolitano de Lisboa realça que a rodoviária Carris reforçará algumas das carreiras de autocarros entre as 06:30 e as 21:00, nomeadamente a 726 (Sapadores - Pontinha Centro), a 736 (Cais do Sodré - Odivelas -- Bairro Dr. Lima Pimentel), a 744 (Marquês de Pombal - Moscavide - Qta. Laranjeiras) e a 746 (Marquês de Pombal - Estação Damaia), avança a Lusa.
Utentes desagradados
Para os utentes contactados esta quinta-feira pela agência Lusa o número de greves do Metropolitano de Lisboa tem sido exagerado e os passageiros são os principais prejudicados.
Para Tiago Barbosa, de 16 anos, as greves fazem sentido, mas a frequência é exagerada."Se não houver greves, [os trabalhadores] não podem fazer valer os seus direitos. Acho é que, no caso do Metro, já estão a exagerar um pouco. Há outras maneiras de serem ouvidos", disse o jovem, que usa o Metro todos os dias.
Já José S. considera que a greve só serve para prejudicar os utentes. "Impede-me, por exemplo, de ir [a casa] à minha hora de almoço, que é o habitual. E como a mim, à maior parte dos utentes. Eles defendem os direitos deles e tenho de lhes dar alguma razão, mas não totalmente. Acho que vai ser sem resultados benéficos para eles. Não vão conseguir levar a deles avante", afirmou.
Maria Paulo, fisioterapeuta, queixa-se de que, sempre que há greve do Metro, tem de ir a pé da Pontinha até à Amadora para trabalhar. "Para quê esta greve? Não adianta de nada. É para isto [o Metropolitano] não passar a privado? Mas o Estado não tem dinheiro e vai por isto privado como vai ser com a TAP. A solução que eles [os trabalhadores] querem não há. Deviam era cortar nos ordenados deles", considerou.
Também Ana Maria, reformada, precisava de usar o Metro na sexta-feira, mas já sabe que não vai conseguir e não tem dinheiro para táxis. O mesmo acontece com Stéphanie Rodrigues, que tem um exame e não pode mesmo atrasar-se, e com Maria Vieira, que acha bem as greves, porque "cada qual tem de fazer valer os seus direitos", mas que, no caso da falta de Metro, tem de apanhar mais autocarros entre a sua casa, no Cacém, e o trabalho.