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Pedro Saraiva: Ligação ferroviária entre Aveiro e Salamanca é "imperativa"
O presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), Pedro Saraiva, defendeu na quarta-feira, em Coimbra, que a ligação ferroviária entre o porto de Aveiro e Salamanca é uma "necessidade imperativa".
Pedro Saraiva falava depois de ter participado numa reunião do Conselho Regional do Centro (CRC), durante a qual foram debatidos os "eixos" e "domínios" do plano de acção da região, no âmbito do próximo quadro comunitário de apoio, a vigorar entre 2014 e 2020, no valor de cerca de 20 mil milhões de euros.
Embora se tenha escusado a comentar projectos concretos, pois ainda faltam "contributos" e os cinco "eixos de actuação" e 19 "domínios de intervenção" que sustentam a estratégia regional estão em discussão pública (entre 11 e 31 de Julho), o presidente da CCDRC salientou que aquela ligação é apontada como essencial pela generalidade das entidades e pessoas que participaram na discussão sobre a aplicação de fundos europeus na região, no âmbito do próximo quadro comunitário de apoio.
"O plano de acção regional considera uma necessidade imperativa" a existência de "uma linha ferroviária, para apoio às exportações de mercadorias, unindo Aveiro e Salamanca", sublinhou Pedro Saraiva. "É inequívoco que cerca de 60% das exportações nacionais circulam através deste eixo" e "não houve um único empresário" que não o considerasse como "a aposta número um" da região.
Neste "corredor onde grande parte da economia nacional acontece" impõe-se "uma solução competitiva, em termos de custo e rapidez", sustentou o presidente da CCDRC, salientando que na elaboração do plano para a região centro participaram várias centenas de pessoas e instituições e nenhuma das "mais de 300 entidades" que se pronunciaram, "por escrito", deixou de sublinhar, a importância da existência de uma ligação ferroviária a Salamanca que garanta "a intermodalidade com os portos de Aveiro e da Figueira da Foz".
Na reunião do CRC também participou o secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Castro Almeida, que assegurou que "está absolutamente assente" que "haverá programas regionais" no próximo quadro comunitário de apoio e que "as prioridades" serão definidas pelos respectivos conselhos regionais.
Além dos quatro programas operacionais nacionais (competitividade e internacionalização, capital humano, inclusão social e emprego e sustentabilidade e eficiência no uso de recursos), "haverá programas regionais", afirmou o secretário de Estado, que também falava aos jornalistas à margem daquela reunião. Houve "alguma hesitação, alguns equívocos a esse respeito", mas "está absolutamente assente que haverá programas regionais", sublinhou o governante.
Os programas regionais correspondem às cinco regiões plano (Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve) e às duas regiões autónomas dos Açores e da Madeira. "Os conteúdos desses programas, as prioridades, os objectivos, as ambições" de cada região "são definidas" pelo seu Conselho Regional, "sob proposta" da respectiva comissão de coordenação regional, acrescentou Castro Almeida.