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Pedro Nuno Santos: "O tempo em que portugueses eram anjinhos acabou"

O concurso da CP para a compra de 117 automotoras prevê a valorização das propostas que prevejam o fabrico e a criação de emprego em Portugal em 15%. O ministro das Infraestruturas deixa avisos aos fabricantes internacionais.  

Injeção prevista no OE para 2022 surge após críticas do titular da pasta dos transportes aos sucessivos atrasos na resposta às necessidades da CP.
Estela Silva/Lusa
14 de Dezembro de 2021 às 17:06
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O ministro das Infraestruturas e da Habitação afirmou esta terça-feira, no lançamento do concurso para a compra de 117 automotoras elétricas para a CP, que tendo em conta o investimento de 819 milhões de euros que o país vai fazer "tinha de haver consequências na nossa indústria".

Desta forma, Pedro Nuno Santos salientou a decisão de incluir no caderno de encargos deste concurso uma valorização que chega a 15% para as propostas que incluírem a construção de uma oficina para fabrico em Portugal, assim como a criação de emprego no país.

"O tempo em que os portugueses eram anjinhos acabou", afirmou o responsável, acrescentando que "sempre fomos bons a comprar lá fora, mas já chega".

"Queremos que Portugal produza", disse ainda Pedro Nuno Santos no lançamento do concurso que teve lugar nas oficinas de Guifões, em Matosinhos, frisando que Portugal "cumpre o estado de direito e a legislação europeia, mas queremos que grande parte da produção seja feita em Portugal"

Em seu entender, a construção da nova oficina deve ser um "estímulo adicional aos fabricantes", aos quais não deixou de avisar que com as impugnações "todos perdem".  


"Quem quiser cumprir o caderno de encargos será bem vindo a Portugal, não só para produzir aqui mas daqui para o mundo", referiu ainda o ministro, avisando que neste concurso só não se exclui quem não queira produzir no país "porque a legislação europeia não permite".

"Construímos o caderno de encargos de forma a que percebam que sendo, o preço um elemento importante, valorizamos muito na candidatura a qualidade do produto e a quantidade de tarefas que são realizados em Portugal", disse ainda, frisando que "este concurso é um estimulador para que Portugal venha a fazer parte do clube de fabricantes de comboios da Europa"

"Ninguém vai parar este comboio", salientou ainda Pedro Nuno Santos, que considerou que o que o país está a fazer na ferrovia é "uma revolução".

No lançamento do concurso, o presidente da CP, Pedro Moreira explicou que a empresa entendeu no caderno de encargos valorizar em 15% a realização de trabalho de montagem e fabrico em Portugal e propostas a nível social, como seja a oferta de trabalhos no país a desempregados de longa duração, jovens à procura primeiro emprego ou pessoas com deficiência física.

Segundo avançou, na avaliação das propostas o preço e as condições de pagamento valem 21%, estando ainda definidos critérios como a qualidade técnica do material e o prazo de garantia dos bens fornecidos.

A CP assegurá a manutenção das novas automotoras a concurso, o qual será será adjudicado no final de 2022. As entregas começarão a ser feitas em 2026 e estarão concluídas em 2029.

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