O autocarro anfíbio de 52 lugares a circular entre Crestuma e o centro histórico de Vila Nova de Gaia, num percurso de 35 minutos e com periodicidade de hora em hora, iria arrancar "até ao final de junho", tinha avançado o presidente da autarquia, Eduardo Vítor Rodrigues, a 31 de maio passado.

"Assinámos o contrato de adjudicação do serviço hoje. Para já circulará, a título experimental, por um ano e depois avaliaremos", disse o autarca, no último dia de maio.

Mas o meio de transporte novo a circular no rio Douro não chegou a arrancar, nem deverá entrar em operação tão cedo.

É que quem ganhou o concurso, a Morning Interactive, uma empresa local de Crestuma, acabou por desistir desta aventura anfíbia empresarial.

"Eles não entregaram os documentos e o contrato caducou", explicou ao Negócios fonte oficial da Câmara de Gaia. "Houve incumprimento por parte do adjudicatário, que poderá resultar em pedido de indemnização do Município", adiantou.

Segundo relato da mesma responsável da autarquia, "houve a notificação normal [na plataforma] da entrega de documentos. O adjudicatário pediu prorrogação de prazo e não os entregou. Foi feita uma primeira notificação de caducidade do contrato por o adjudicatário não ter entregado os documentos nem a caução a que era obrigado".

Já "a 18 de agosto foi feita a segunda notificação da caducidade do contrato pela desistência que o adjudicatário veio demonstrar pela não entrega dos documentos e da caução, bem como das consequências que isso tem, nomeadamente abrindo ao Município a possibilidade de pedir indemnização", garantiu.

A não adjudicação do serviço à Morning Interactive deverá ser decidida na próxima reunião do Executivo camarário, que está marcada para a próxima segunda-feira.

Como os restantes concorrentes foram desqualificados, não tendo havido mais propostas válidas, a Câmara de Gaia terá agora de proceder à abertura de um novo concurso.

O projeto inicial consiste num autocarro/barco que fará o rebatimento a outros meios de transporte e será incluído na rede "Andante".

A 16 de março do ano passado, quando também em reunião camarária foi aprovada a abertura de concurso de concessão de transporte público no rio Douro, foi revelado que o financiamento da rede de "shuttles" rondaria os 96 mil euros.

Na mesma ocasião foi descrito que à concessionária caberia comprar dois autocarros anfíbios, estimando-se um investimento de um milhão de euros por cada um.