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Maior túnel ferroviário debaixo do mar enfrenta primeiro obstáculo

O plano para construir o maior túnel ferroviário do mundo debaixo de água enfrentou o primeiro contratempo.

17 de Agosto de 2019 às 11:00
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No início deste ano foi fechado o acordo para o financiamento de 15 mil milhões de euros do projeto que visa ligar a Finlândia à Estónia. Mas o país do báltico com 1,3 milhões de pessoas, antes de dar luz verde, quer agora mais detalhes sobre o financiamento, o modelo de negócio do projeto e o papel da Finlândia.

 

"Precisamos de saber claramente de onde vem o dinheiro e qual o montante", diz o ministro da Economia da Estónia. "Onde estão as garantias de que o projeto vai ser finalizado? Os responsáveis pelo projeto ainda não responderam a esta questão de como estimaram o volume de passageiros que vai ser transportado no túnel", disse Taavi Aas em entrevista à Bloomberg.

 

O túnel que liga os dois países (entre Helsínquia e Talin) tem um alcance superior a 100 quilómetros e prevê a construção de pelo menos uma ilha artificial. O projeto inicial foi concebido pelo empresário finlandês Peter Vesterbacka, que trabalhou na Rovio Entertainment, que produziu o jogo eletrónico Angry Games.

 

O financiamento será avançado pela chinesa Touchstone Capital Partners e cobrirá todos os custos do projeto, refere a empresa responsável pela infraestrutura, a Finest Bay Area Development.

 

Estudo de viabilidade

Um estudo apresentado o ano passado pelos dois países mostra que o túnel é viável economicamente no âmbito de uma parceria público privada e com o apoio de fundos da União Europeia que representem 40% do custo previsto entre 13 e 20 mil milhões de euros.  

 

O Governo da Estónia considera que o calendário de abertura do túnel em 2024 não é realista. Até porque o estudo revelado no ano passado indicava um período de construção de 15 anos.

 

"Estamos a trabalhar para providenciar mais detalhes para responder ao governo, de modo que uma decisão possa ser tomada o mais rápido possível", disse Paul Kunnap, um advogado que representa a empresa responsável pelo projeto. Ainda assim, algumas das questões do governo estónio só terão resposta depois de realizados novos estudos, avisou o responsável.

 

Da parte da Finlândia, o Ministério dos Transportes e das Comunicações fez saber que o Governo não discutiu o projeto do túnel. "Tivemos conversas não oficiais com os nossos colegas da Estónia devido à ideia de assinarmos um memorando de entendimento, mas eles ainda não nos enviaram um pedido oficial", salientou à Bloomberg um membro do governo finlandês.

 

A Estónia tem dito que espera assinar em breve o memorando de entendimento com a Finlândia, mas a antes disso quer mais detalhes sobre o projeto. "Se a empresa que está a desenvolver o projeto disser hoje que não quer garantias por parte dos dois governos, simplesmente não podemos deixá-los começar a escavar o túnel", disse Taavi Aas. "Não é assim que funciona".


(Texto original: World’s Longest Undersea Rail Tunnel Hits First Obstacle)

 

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