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Lucros da Brisa caem quase 60% no primeiro semestre

As receitas de portagem da Brisa Concessão Rodoviária caíram 29,7% na primeira metade do ano, altura em que o tráfego diminuiu 32,2% face ao mesmo período de 2019, devido aos impactos da pandemia.

Segundo a Brisa, nos últimos cinco anos as principais empresas do grupo entregaram cerca de 1.260 milhões de euros de impostos ao Estado.
João Miguel Rodrigues
29 de Julho de 2020 às 17:37
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A Brisa Concessão Rodoviária (BCR), que gere a concessão principal do grupo liderado por Vasco de Mello, obteve um resultado líquido de 34,5 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, o que significa uma queda de 58,6% face aos 83,2 milhões registados no mesmo período de 2019.

Em comunicado, a empresa salienta que no mês de março foi declarado pelo Governo o Estado de Emergência no país, como consequência da pandemia de covid-19, "o qual provocou um impacto negativo no regular funcionamento das infraestruturas rodoviárias concessionadas à BCR, na medida das restrições impostas à circulação de pessoas e ao livre exercício de atividades económicas".

"O cumprimento destas medidas originou um decréscimo significativo nos níveis de tráfego e consequentemente nos resultados da BCR", salienta a concessionária, que nos primeiros seis meses do ano registou uma variação negativa do tráfego médio diário (TMD) de 32,2%, face ao primeiro semestre de 2019

Já a circulação caiu 31,8%, ligeiramente menos do que o TMD, "beneficiando do facto de 2020 ser um ano bissexto", explica.

Todas as autoestradas da concessão registaram decréscimos de procura, tendo o TMD caído entre 18,2% na A14 e 37,3% na A6. Os veículos pesados registaram um decréscimo de 10,6%, inferior ao dos veículos ligeiros, em que a queda foi de 33,6%.

A BCR obteve até junho proveitos operacionais de 212,9 milhões de euros, o que representa um decréscimo de 28,8% face ao período homólogo. Só as receitas de portagem somaram 200,8 milhões, recuando 29,7% face ao primeiro semestre de 2019, devido à "queda do tráfego motivada pela pandemia covid-19 e consequentes limitações impostas pelo Governo à circulação de pessoas e exercício de atividades económicas", reafirma a empresa na mesma nota.

Também as receitas relacionadas com as áreas de serviço diminuíram 11,2% para os 9,4 milhões.

Por seu lado, os custos operacionais atingiram os 65,6 milhões de euros, o que representou um decréscimo de 1,6%, tendo o resultado operacional (EBITDA) sido de 147,3 milhões, menos 36,6% do que no mesmo período de 2019.

No primeiro semestre, os resultados financeiros da BCR registaram um valor negativo de 28,8 milhões, o que representa uma melhoria de 1,8 milhões face ao período homólogo.

A 30 de junho de 2020 a dívida bruta da concessionária era de 1.913,3 milhões de euros, tendo sido amortizados no semestre 19,5 milhões referente ao empréstimo do BEI e reduzidas em 41 milhões as utilizações no âmbito de programas de papel comercial com garantia de subscrição. A posição de caixa totalizava 92,2 milhões de euros, dos quais cerca de 89,4 milhões se encontravam em contas de reserva, para investimento e serviço de dívida.

O investimento na rede concessionada totalizou no final do primeiro semestre 23,2 milhões, representando uma queda de 30% face ao período homólogo e estando maioritariamente afeto a obras de alargamento e de reposição de pavimentos.

Na apresentação dos resultados, apesar da quebra dos resultados registada, a BCR salienta que a 7 de abril, "já em plena pandemia, a agência de rating Fitch decidiu manter inalterada a notação atribuída à BCR –"A-" (Stable Outlook)", e que a 8 de abril a Moody’s reviu o "outlook" da BCR de "Positive Outlook" para "Stable Outlook", mantendo inalterada a notação de rating – "Baa2".

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