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Dinamarquesa DSV vai criar maior empresa logística do mundo com compra da alemã Schenker
Operador ferroviário estatal alemão Deutsche Bahn pôs o seu braço logístico à venda no ano passado para se concentrar no seu principal negócio e reduzir a dívida. DSV vai pagar 14,3 mil milhões de euros.
A dinamarquesa DSV fechou a compra da Schenker, braço logístico do operador ferroviário estatal alemão Deutsche Bahn, por 14,3 mil milhões de euros, um negócio que irá criar a maior empresa logística do mundo.
Em comunicado, divulgado esta sexta-feira, a DSV diz que esta aquisição abre uma nova página. "Este é um evento transformador na história da DSV e estamos muito entusiasmados por unir forças com a Schenker. Com esta aquisição unimos duas empresas fortes, criando uma líder mundial na área dos transportes e da logística, o que irá beneficiar os nossos trabalhadores, os nossos clientes e os nossos acionistas", afirma o CEO, Jens Lund, citado na mesma nota.
A avançar, a aquisição vai ser a maior protagonizada por uma empresa dinamarquesa e colocará a DSV à frente do grupo suíço Kuehne und Nagel (KNIN.S), abrindo um novo capítulo tanto em volume como em receita, embora só lhe garanta entre 6 a 7% do extremamente fragmentado mercado logístico global, segundo a Reuters.
A DSV, que começou como uma pequena empresa, com uma frota de dez camiões em 1976, tem crescido através de uma série de aquisições, algumas até de empresas maiores, escreve a mesma agência, e aproveitou a oportunidade criada pela estatal alemã Deutsche Bahn que pôs o seu braço logístico à venda no ano passado para se concentrar no seu principal negócio, como operador ferroviário na Alemanha, e reduzir a sua dívida.
A DSV bateu o investidor financeiro CVC, que era quem restava na corrida, depois de a Maersk e a Bahri terem retirado as suas propostas. Apesar do ter sido assinado o contrato preliminar, o negócio ainda carece do aval do conselho de supervisão da Deutsche Bahn, do qual fazem parte representantes do governo, do parlamento e dos sindicatos, assim como do Ministério dos Transportes. A DSV diz esperar "luz verde" nas próximas semanas, mas estima que só irá obter o OK das autoridades reguladoras no segundo trimestre de 2025.
À luz dos dados de 2023, a DSV e a Schenker têm um volume de negócios combinado de 293 mil milhões de coroas dinamarquesas (39,2 mil milhões de euros ao câmbio atual) e empregam cerca de 147 mil trabalhadores em mais de 90 países.
Com efeito, o diretor financeiro da DSV, Michael Ebbe, revelou à Reuters que a empresa planeia cortar entre 1.600 e 1.900 empregos do universo de 15.000 que a Schenker tem na Alemanha, embora sublinhando que, com os investimentos na ordem de mil milhões de euros planeados para o país nos próximos três a cinco anos, o grupo passará a ter no fim desse período mais trabalhadores na Alemanha do que aqueles que a Schenker e a DSV têm atualmente juntas.