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CP vai alugar quatro comboios a 'diesel' a espanhola Renfe, que chegarão em 2019

A CP – Comboios de Portugal vai alugar à espanhola Renfe quatro comboios a 'diesel' que deverão começar a chegar a Portugal no início de 2019, disse à Lusa fonte oficial do Ministério do Planeamento e das Infraestruturas.

Miguel Baltazar
01 de Setembro de 2018 às 12:08
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O aluguer dos comboios será formalizado com a assinatura de um protocolo esta segunda-feira de manhã em Madrid, capital de Espanha, numa cerimónia com a presença dos presidentes da CP e da Renfe, do secretário de Estado das Infraestruturas, Guilherme W. d’Oliveira Martins, e do seu homólogo espanhol, Pedro Saura.

A CP – Comboios de Portugal tem actualmente alugadas 20 composições à Renfe, a quem paga sete milhões de euros por ano, ou seja, cerca de 350 mil euros por comboio.

O Ministério do Planeamento e das Infraestruturas não quis hoje adiantar à Lusa qual será o preço que será pago por cada nova composição, afirmando que ainda será acertado nas negociações mais técnicas que se seguirão.

A mesma fonte do Governo adiantou que o primeiro comboio a 'diesel' (gasóleo) chegará no início de 2019 e que os outros três chegarão ao longo do ano.

Os comboios da Renfe têm de sofrer adaptações para circularem em Portugal, a nível de segurança e sinalização, e serem homologados pelo IMT - Instituto da Mobilidade e dos Transportes.

Em Julho, o ministro do Planeamento, Pedro Marques, anunciou o adiamento de comboios a Espanha para melhorar o serviço nas linhas do Oeste e do Algarve, sem adiantar quantos seriam.

O protocolo que será assinado segunda-feira em Madrid acordará ainda a realização de testes técnicos para avaliar se é possível também alugar comboios eléctricos à Renfe. De momento, a CP não tem quaisquer composições eléctricas alugadas à Renfe, apenas a diesel.

O Ministério do Planeamento e das Infraestruturas indicou que serão feitos "testes técnicos" para saber se os comboios eléctricos da empresa espanhola são adequados à ferrovia portuguesa e "qual o material mais adequado".

Além disso, é preciso saber se os espanhóis têm disponibilidade de comboios eléctricos que se encaixem nas necessidades de Portugal, acrescentou.

Por fim, o protocolo passa ainda por troca de experiências de manutenção de comboios entre as empresas de manutenção da CP (EMEF) e a Renfe.

O Governo tem dito que o aluguer de comboios pela CP visa suprir as necessidades enquanto se espera pelo concurso para a compra de comboios. O concurso ainda será lançado e poderá demorar três a quatro anos.

Em 20 de Agosto, após uma visita às oficinas de Campolide, em Lisboa, o presidente da CP, Carlos Nogueira, falou no eventual aluguer de seis a dez comboios.

Portugal apenas pode alugar comboios a Espanha, uma vez que ambos os países têm bitola (distância entre carris) ibérica. Portugal ainda usa comboios a ‘diesel’ uma vez que cerca de um terço da infraestrutura ferroviária portuguesa está por electrificar.

As queixas sobre o serviço prestado pela CP subiram de tom recentemente e o tema já se tornou motivo de confronto político.

Em 4 de Setembro, o presidente da CP estará no Parlamento numa audição "sobre a degradação do material e o serviço prestado", pedida pelo PSD, segundo a página da Assembleia da República na internet.

A 6 de Setembro é a vez de o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, estar na comissão permanente o para debater a situação da ferrovia.

A CP divulgou esta semana que teve prejuízos de 54,6 milhões de euros no primeiro semestre, abaixo das perdas de 58,1 milhões de euros registadas nos primeiros seis meses de 2017.

No comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a empresa disse que estes resultados foram tidos num "cenário de ausência de indemnizações compensatórias e de contratualização do serviço público" e que a redução dos prejuízos "contribuíram, essencialmente, os proveitos de tráfego e a melhoria do resultado financeiro, motivada pela diminuição do passivo financeiro da empresa".

Entre Janeiro e Junho deste ano, o Estado acordou injectar 54,9 milhões de euros na CP, mas apenas 36,9 milhões de euros foram já realizados. O valor restante será injectado este mês, segundo os resultados semestrais.

 

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