Notícia
Antram estima perdas superiores a 3 milhões com motoristas retidos no Reino Unido
Em declarações à agência Lusa, o porta-voz da associação, André Matias de Almeida, disse que o balanço da Antram é o de que, "durante estes poucos dias", as perdas para as empresas possam "ultrapassar os dois, três milhões de euros".
23 de Dezembro de 2020 às 15:26
A Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) estima que as empresas podem sofrer perdas diretas superiores a três milhões de euros devido aos motoristas portugueses retidos no Reino Unido.
Em declarações à agência Lusa, o porta-voz da associação, André Matias de Almeida (na foto), disse que o balanço da Antram é o de que, "durante estes poucos dias", as perdas para as empresas possam "ultrapassar os dois, três milhões de euros".
"Este valor que estamos a avançar é um valor para as perdas diretas, ou seja, são transportes e serviços que não foram realizados, e há, obviamente, todo o conjunto de situações que não pode ser realizado, por os veículos se encontrarem alocados e retidos num determinado espaço, cuja intenção era que circulassem para o espaço europeu e pudessem prestar outros serviços", explicou o responsável.
De acordo com as informações mais recentes recolhidas pela Antram junto dos seus associados, a circulação dos motoristas portugueses, retidos na fronteira entre o Reino Unido e a França, bloqueados após a identificação de uma nova estirpe do coronavírus, ainda não está a acontecer.
"A informação que temos é que até há duas horas estava a haver alguma circulação, é verdade, os motoristas e os veículos já estão a circular, mas não estão ainda motoristas portugueses em circulação", adiantou Matias de Almeida.
A Antram disse estar consciente de que a ambição de que aqueles motoristas consigam chegar a Portugal até ao Natal "é cada vez mais longínqua e muito difícil de alcançar", devido à complexidade logística da operação de testagem para a covid-19 a todos aqueles profissionais.
"A condição para o trânsito é a testagem, que está a decorrer num parque de estacionamento improvisado, onde todos os motoristas que quiserem fazer a circulação serão testados. Isto, como é possível imaginar, quando estamos a falar de cerca de cinco a seis mil camiões, estamos a falar de uma operação logística de grande monta e, nessa medida, acreditamos que essa operação deverá levar o seu tempo e inviabilizar que esses motoristas passem o Natal com as suas famílias", lamentou o advogado e porta-voz da associação patronal.
Segundo a Antram, a situação mantém-se "muito preocupante" também do ponto de vista humanitário.
"Uma situação que eu gostava de realçar são as condições sanitárias em que aqueles motoristas se encontravam e se encontram a esta data, que está, obviamente, ao arrepio de qualquer regra sanitária da Organização Mundial de Saúde, ou de qualquer Estado-membro da União Europeia", apontou o advogado.
Sublinhando que há motoristas retidos que estiveram em território inglês apenas "cinco ou seis horas", a Antram disse não fazer "muito sentido" exigir a apresentação de um teste negativo para a presença de SARS-CoV-2 que tenha sido feito com um mínimo de 72 horas de antecedência.
"Chamamos a atenção para os agentes políticos, por um lado, e económicos, por outro, que aquilo que aconteceu é um precedente gravíssimo no que diz respeito às normas europeias e de circulação de veículos e também ao pânico do ponto de vista humanitário que se pode causar, quando eu deixo milhares de motoristas cuja única forma que têm de ter condições de higiene é o seu próprio veículo", realçou.
O encerramento da fronteira, ordenado pela França na noite de domingo, em resposta à descoberta de uma nova estirpe do coronavírus em Inglaterra, causou o caos nas áreas próximas dos pontos de travessia do Canal da Mancha, com cerca de 4.000 camionistas, incluindo portugueses, forçados a passar várias noites no interior dos veículos.
Após intensas negociações entre Londres e Paris, França concordou na noite passada reabrir a fronteira e autorizar a passagem de cidadãos franceses, residentes britânicos em França e motoristas de camião, desde que tenham um teste de covid-19 negativo.
Em declarações à agência Lusa, o porta-voz da associação, André Matias de Almeida (na foto), disse que o balanço da Antram é o de que, "durante estes poucos dias", as perdas para as empresas possam "ultrapassar os dois, três milhões de euros".
De acordo com as informações mais recentes recolhidas pela Antram junto dos seus associados, a circulação dos motoristas portugueses, retidos na fronteira entre o Reino Unido e a França, bloqueados após a identificação de uma nova estirpe do coronavírus, ainda não está a acontecer.
"A informação que temos é que até há duas horas estava a haver alguma circulação, é verdade, os motoristas e os veículos já estão a circular, mas não estão ainda motoristas portugueses em circulação", adiantou Matias de Almeida.
A Antram disse estar consciente de que a ambição de que aqueles motoristas consigam chegar a Portugal até ao Natal "é cada vez mais longínqua e muito difícil de alcançar", devido à complexidade logística da operação de testagem para a covid-19 a todos aqueles profissionais.
"A condição para o trânsito é a testagem, que está a decorrer num parque de estacionamento improvisado, onde todos os motoristas que quiserem fazer a circulação serão testados. Isto, como é possível imaginar, quando estamos a falar de cerca de cinco a seis mil camiões, estamos a falar de uma operação logística de grande monta e, nessa medida, acreditamos que essa operação deverá levar o seu tempo e inviabilizar que esses motoristas passem o Natal com as suas famílias", lamentou o advogado e porta-voz da associação patronal.
Segundo a Antram, a situação mantém-se "muito preocupante" também do ponto de vista humanitário.
"Uma situação que eu gostava de realçar são as condições sanitárias em que aqueles motoristas se encontravam e se encontram a esta data, que está, obviamente, ao arrepio de qualquer regra sanitária da Organização Mundial de Saúde, ou de qualquer Estado-membro da União Europeia", apontou o advogado.
Sublinhando que há motoristas retidos que estiveram em território inglês apenas "cinco ou seis horas", a Antram disse não fazer "muito sentido" exigir a apresentação de um teste negativo para a presença de SARS-CoV-2 que tenha sido feito com um mínimo de 72 horas de antecedência.
"Chamamos a atenção para os agentes políticos, por um lado, e económicos, por outro, que aquilo que aconteceu é um precedente gravíssimo no que diz respeito às normas europeias e de circulação de veículos e também ao pânico do ponto de vista humanitário que se pode causar, quando eu deixo milhares de motoristas cuja única forma que têm de ter condições de higiene é o seu próprio veículo", realçou.
O encerramento da fronteira, ordenado pela França na noite de domingo, em resposta à descoberta de uma nova estirpe do coronavírus em Inglaterra, causou o caos nas áreas próximas dos pontos de travessia do Canal da Mancha, com cerca de 4.000 camionistas, incluindo portugueses, forçados a passar várias noites no interior dos veículos.
Após intensas negociações entre Londres e Paris, França concordou na noite passada reabrir a fronteira e autorizar a passagem de cidadãos franceses, residentes britânicos em França e motoristas de camião, desde que tenham um teste de covid-19 negativo.