Notícia
Tripulantes chocados com bónus da CEO da TAP
Pessoal de cabine lembra que os “lucros históricos são sustentados nos cortes aos trabalhadores”, que há tripulantes “que vivem em condições dramáticas” e que “persiste a precariedade laboral na empresa”.
Os tripulantes da TAP dizem estar chocados e envergonhados com o pagamento de um bónus de dois milhões de euros à CEO da companhia, caso o plano de reestruturação seja cumprido.
Em comunicado, o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), recusa entrar na "demagogia dos números", com o valor do bónus, porque sabe das "especificidades da indústria". No entanto, não deixa de frisar que a "existência" do bónus "choca" os tripulantes da TAP sobretudo quando, refere o documento, os "lucros históricos são sustentados nos cortes aos trabalhadores", quando há tripulantes "que vivem em condições dramáticas" e quando "persiste a precariedade laboral na empresa".
O sindicato faz as contas e diz que os dois milhões de euros seriam suficientes para "acabar com a existência de tripulantes com meio per diem", aliviando "um pouco mais os cortes" salariais em vigor.
Os tripulantes aproveitam ainda para lembrar que aguardam o "alívio dos cortes salariais efetuados" e o pagamento dos 48 milhões de euros "prometidos aos trabalhadores do grupo TAP" pela administração da companhia, que "estariam suspensos, caso tivesse ocorrido a greve" de sete dias, entre 25 e 31 de janeiro.
O comunicado volta ainda a repetir que os tripulantes exigem que seja tornado público o plano de reestruturação da companhia, e que querem uma "gestão séria e transparente", frisando que os "episódios e decisões questionáveis" da administração da TAP "envergonham" os trabalhadores.