Notícia
TAP: PCP quer perceber se há mais casos como o de Alexandra Reis
O deputado do PCP Bruno Dias defendeu que é preciso saber "quantas Alexandras Reis mais poderão existir", uma vez que o relatório atual da IGF só abordou o caso em concreto da indemnização de 500 mil euros da ex-secretária de Estado.
06 de Março de 2023 às 23:03
O PCP considerou hoje que as decisões do Governo na sequência do relatório da Inspeção-Geral das Finanças sobre a TAP eram "uma inevitabilidade" e advertiu que é preciso saber se há outros casos como o de Alexandra Reis.
Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, o deputado do PCP Bruno Dias considerou que os dados divulgados pela Inspeção-Geral das Finanças (IGF) e as decisões tomadas pelo Governo vêm "confirmar aquilo que era uma inevitabilidade". "Estávamos perante uma prática verdadeiramente inaceitável, perante uma ilegalidade que tinha de ter uma consequência", declarou.
O deputado do PCP defendeu que é preciso saber "quantas Alexandras Reis mais poderão existir", uma vez que o relatório atual da IGF só abordou o caso em concreto da indemnização de 500 mil euros da ex-secretária de Estado.
Bruno Dias salientou que esse tipo de indemnizações constitui "uma prática verdadeiramente inaceitável, que é a marca da gestão privada que impuseram à TAP", e que "levanta as maiores preocupações" ao partido.
Nesse âmbito, Bruno Dias referiu que o PCP não vai desistir "de apurar e de ter o esclarecimento do conjunto dos factos e das explicações que a gestão privada teve na companhia, nomeadamente em situações como esta", mas vai também procurar perceber como foi feita a privatização da TAP em 2015.
"Queremos saber todo o conjunto de opções estratégicas, profundamente lesivas, penalizadoras para a TAP e para o interesse nacional, que foram levadas a cabo ao longo destes anos e que valem 800, 900, mil Alexandras Reis, tendo em conta o valor que está em causa", disse.
Bruno Dias referiu ainda que a questão que se coloca agora é perceber se a conclusão do Governo perante a atual situação "é insistir e acelerar no processo de privatização da TAP", incluindo do ponto de vista "das nomeações para a próxima gestão da companhia".
"Há uma conclusão que claramente devia ser retirada e que o Governo está a negar, é que a TAP está em risco no caso de voltar a ficar em mãos privadas e dos grupos económicos, e deve ser defendida a TAP, os trabalhadores da TAP, e isso significa parar este processo de privatização", defendeu.
Questionado sobre a escolha de Luís Silva Rodrigues, atual CEO da SATA, para presidente executivo da TAP, Bruno Dias considerou que essa nomeação levanta "as maiores preocupações", uma vez que Silva Rodrigues também seguiu uma estratégia de privatização da companhia açoriana.
"A orientação que claramente está a ser dada é 'tudo para a frente com a privatização da companhia, dê lá por onde der, custe o que custar', e isto é verdadeiramente inaceitável, é algo que tem de ser travado no nosso país pela defesa do interesse nacional", disse.
A IGF concluiu que o acordo celebrado para a saída de Alexandra Reis da TAP é nulo, adiantou hoje o Governo, que vai pedir a devolução da indemnização.
Na sequência das conclusões do relatório, o Governo exonerou o presidente do Conselho de Administração e a presidente executiva da TAP, Manuel Beja e Christine Ourmières-Widener, e anunciou que escolheu Luís Silva Rodrigues, que atualmente lidera a Sata, para assumir ambos os cargos.
Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, o deputado do PCP Bruno Dias considerou que os dados divulgados pela Inspeção-Geral das Finanças (IGF) e as decisões tomadas pelo Governo vêm "confirmar aquilo que era uma inevitabilidade". "Estávamos perante uma prática verdadeiramente inaceitável, perante uma ilegalidade que tinha de ter uma consequência", declarou.
Bruno Dias salientou que esse tipo de indemnizações constitui "uma prática verdadeiramente inaceitável, que é a marca da gestão privada que impuseram à TAP", e que "levanta as maiores preocupações" ao partido.
Nesse âmbito, Bruno Dias referiu que o PCP não vai desistir "de apurar e de ter o esclarecimento do conjunto dos factos e das explicações que a gestão privada teve na companhia, nomeadamente em situações como esta", mas vai também procurar perceber como foi feita a privatização da TAP em 2015.
"Queremos saber todo o conjunto de opções estratégicas, profundamente lesivas, penalizadoras para a TAP e para o interesse nacional, que foram levadas a cabo ao longo destes anos e que valem 800, 900, mil Alexandras Reis, tendo em conta o valor que está em causa", disse.
Bruno Dias referiu ainda que a questão que se coloca agora é perceber se a conclusão do Governo perante a atual situação "é insistir e acelerar no processo de privatização da TAP", incluindo do ponto de vista "das nomeações para a próxima gestão da companhia".
"Há uma conclusão que claramente devia ser retirada e que o Governo está a negar, é que a TAP está em risco no caso de voltar a ficar em mãos privadas e dos grupos económicos, e deve ser defendida a TAP, os trabalhadores da TAP, e isso significa parar este processo de privatização", defendeu.
Questionado sobre a escolha de Luís Silva Rodrigues, atual CEO da SATA, para presidente executivo da TAP, Bruno Dias considerou que essa nomeação levanta "as maiores preocupações", uma vez que Silva Rodrigues também seguiu uma estratégia de privatização da companhia açoriana.
"A orientação que claramente está a ser dada é 'tudo para a frente com a privatização da companhia, dê lá por onde der, custe o que custar', e isto é verdadeiramente inaceitável, é algo que tem de ser travado no nosso país pela defesa do interesse nacional", disse.
A IGF concluiu que o acordo celebrado para a saída de Alexandra Reis da TAP é nulo, adiantou hoje o Governo, que vai pedir a devolução da indemnização.
Na sequência das conclusões do relatório, o Governo exonerou o presidente do Conselho de Administração e a presidente executiva da TAP, Manuel Beja e Christine Ourmières-Widener, e anunciou que escolheu Luís Silva Rodrigues, que atualmente lidera a Sata, para assumir ambos os cargos.