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Sindicatos da TAP admitem greve até ao final do ano

Sindicatos do universo TAP ouvidos no Parlamento, sobre a privatização da empresa, apontam "vários erros de gestão" e exigem que o processo de venda da companhia seja feito "de forma transparente". Falam ainda em clima de "tempestade perfeita" com o "crescente descontentamento" dos trabalhadores sendo "muito provável" que decorra uma greve no grupo TAP "até ao final do ano".

LUSA_EPA
12 de Outubro de 2022 às 13:02
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Os sindicatos da TAP voltam a ameaçar avançar para uma greve até ao final do ano perante "o descontentamento" dos trabalhadores.

"Estão reunidas as condições para uma tempestade perfeita com o crescente descontentamento perante os cortes salariais, o aumento da inflação e o desrespeito pelos trabalhadores. É muito provável que até ao final do ano se faça uma greve no grupo TAP", salientou Ricardo Penarróias, o presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), que representa o pessoal de cabine da companhia.


As declarações foram feitas durante a audição parlamentar conjunta de cinco dos maiores sindicatos do universo TAP e da comissão de trabalhadores, na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação para discutir a "eventual privatização da TAP", a pedido do PCP.


Além do SNPVAC, foram ouvidos esta terça-feira pelos deputados o Sindicato Independente de Pilotos de Linhas Aéreas (SIPLA), que representa os pilotos da Portugália e o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), que representa os pilotos da TAP. Foram ainda ouvidos a Plataforma de Sindicatos de Terra do Grupo TAP e o Sindicato dos Técnicos de Manutenção de Aeronaves (SITEMA).


Sem assumir uma posição sobre a privatização da TAP, em uníssono, todos os sindicatos ouvidos pelo parlamento voltam a apontar "vários erros de gestão" da administração e alertam que "ninguém conhece o plano de reestruturação".


"Não tomamos posição sobre a privatização da TAP. O que queremos é a TAP fiável, lucrativa e que cima de tudo, respeite os trabalhadores", sublinhou o presidente do SPAC, Tiago Faria Lopes. A mesma posição foi defendida por André Marques, presidente do SIPLA, que alerta que a companhia "não pode ser uma arma de arremesso político " e que "precisa de estabilidade".


Também Ricardo Penarróias diz que os planos de privatização não são revelados e "estão a ter um impacto imediato junto dos trabalhadores". "A administração está a embelezar a empresa para a tornar apelativa a possíveis compradores à custa dos trabalhadores", alerta o presidente do SNPVAC que defende que a privatização deve feita "de forma transparente".


Já a comissão de trabalhadores assume ser contra a privatização defendendo "uma gestão honesta, eficiente e transparente". Isto porque, a gestão privada da companhia "vai ser má para os trabalhadores" e para a TAP tendo em conta que "quem vier só vai querer manter as rotas que dão lucro, as do Brasil e as de África, todas as outras de serviço público ou vão desaparecer ou vão cobrar muito mais nas tarifas", prevê Cristina Carrilho.


Além disso, a coordenadora da comissão de trabalhadores, alerta que os planos de privatização da TAP "já estão em curso" porque "já houve despedimentos e cortes nos salários, ou seja, já se está a preparar mão de obra barata e pouca mão de obra", frisando que neste momento "a segurança já está a ser posta em causa". Com a falta de trabalhadores "há arranjos de aviões que estão a ser adiados", aponta Cristina Carrilho.


As audições dos sindicatos na TAP sobre a "eventual privatização" vai continuar na quarta-feira com as audiências agendadas para o Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA), a Comissão de Trabalhadores dos Serviços Portugueses de Handling e para o Sindicato Nacional dos Engenheiros (SNEET).  

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