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Ryanair obriga passageiros sul-africanos a provar identidade com teste em africânder

A companhia aérea irlandesa não deixa os passageiros embarcarem antes de fazerem o teste. Tem de ser apenas naquela língua e há que responder a perguntas como a capital do país, a sua moeda e o nome do Presidente.

ANDRIUS SYTAS
05 de Junho de 2022 às 17:55
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A África do Sul tem 11 línguas oficiais e muitos dos seus cidadãos apenas falam uma delas, o inglês. Por isso, a nova exigência da Ryanair está a causar celeuma e a provocar muito descontentamento, já que muitos passageiros estão a ser alvo de testes que consideram humilhantes.

 

Segundo o Financial Times, a companhia aérea low cost irlandesa, liderada por Michael O'Leary, está a obrigar os cidadãos sul-africanos a fazerem um teste em africânder para provarem a sua nacionalidade antes de embarcarem nos aviões para o Reino Unido e resto da Europa, o que está a desencadear acusações de discriminação racial.

A Ryanair tem estado a dizer aos detentores de passaporte sul-africano, incluindo residentes britânicos naquele país, que só embarcam depois de fazerem o teste naquela língua, independentemente do facto de o africânder ser apenas a terceira língua mais falada da África do Sul e do facto de ter sido uma língua de uso forçado nos termos do Apartheid, sublinha o FT.

 

Os viajantes sul-africanos informaram as autoridades britânicas que têm estado a ser humilhados por este teste inesperado – que a Ryanair diz estar a fazer devido ao crescimento do número de passaportes falsos –, mas já lhes fizeram saber que esta não é uma exigência oficial do Reino Unido (nem da Irlanda, adianta o jornal Metro).

O teste é composto por 15 perguntas, incluindo deteção de erros ortográficos e gramaticais e perguntas como o lado da estrada em que conduzem, o nome da maior montanha do país, a sua moeda, capital e nome do Presidente.

"Isto é extraordinariamente excludente. Eles não tiveram em consideração as implicações relativamente ao passado histórico da África do Sul", comentou ao FT Zinhle Novazi, um sul-africano que vive no Reino Unido e que não fala africânder – e a quem foi pedido para fazer o teste para embarcar de Ibiza na semana passada.

 

Dinesh Joseph, outro sul-africano que reside no Reino Unido, foi informado no balcão da Ryanair que não poderia embarcar num voo de Lanzarote para Inglaterra sem fazer o teste, independentemente de falar ou não africânder.

 

A Ryanair já veio dizer que a medida se deve à "excessiva prevalência de passaportes sul-africanos fraudulentos". "Por isso, estamos a exigir aos passageiros que viajam para o Reino Unido que preencham um questionário fácil em africânder", acrescentou. "Se não conseguirem responder ao questionário, serão impedidos de embarcar e serão reembolsados", referiu a companhia aérea.

(notícia atualizada às 18:33)

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