Notícia
Regulador da aviação acusa Sitava de querer desviar atenções
A ANAC diz que a concentração de trabalhadores da Groundforce e da Portway em frente às suas instalações "é inoportuna" e responsabiliza o sindicato pelo impasse criado no grupo de trabalho para o sector do handling.
A Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) considera que a concentração de trabalhadores do handling em frente às suas instalações esta segunda-feira, marcada pelo Sindicato dos Trabalhadores de Aviação e Aeroportos (Sitava), é "inoportuna", e acusa a estrutura sindical de pretender "desviar as atenções".
Em comunicado, o regulador da aviação civil recorda que foi constituído pelo Governo um grupo de trabalho para o handling (assistência nos aeroportos), o qual já reuniu várias vezes, "tendo as reuniões decorrido com normalidade e dando a oportunidade de todos os presentes de expressarem as suas opiniões sobre as mais diversas matérias". Por essa razão, afirma a ANAC, "se estranha que o Sitava recorra a outras tácticas que só visam quartar o diálogo e obedecem a outras agendas que não favorecem esse mesmo diálogo".
O regulador considera que o comunicado emitido por aquele sindicato no início de Novembro sobre a Vinci-Portway, "utilizando imagens inadequadas e ofensivas, contribuiu decisivamente para a suspensão do diálogo no seio do grupo de trabalho, e prejudicou indubitavelmente o desenrolar das suas actividades".
Os trabalhadores da Groundforce e da Portway marcaram para esta segunda-feira uma manifestação em frente à ANAC, que acusam de condicionar a actividade do 'handling.
À Lusa, o coordenador do Sitava, Fernando Henriques, considerou o presidente do regulador Luís Ribeiro (na foto) "um grande obstáculo a todo o trabalho que estamos a desenvolver", acusando o supervisor da aviação de ter "licenciado ilegalmente a Ryanair e a Groundlink" na prestação de serviços de assistência em terra nos aeroportos, o que esteve na origem do despedimento colectivo na Portway.
Para a ANAC, "esta forma de actuar e este tipo de manifestação por parte do Sitava visa desviar a atenção das suas próprias responsabilidades no impasse criado no seio do grupo de trabalho, prejudicando o funcionamento do mesmo, a participação dos restantes sindicatos e representantes dos diversos players no mercado de assistência em escala e a própria imagem do regulador".
O regulador afirma ainda que num processo de diálogo sectorial "todas as partes devem assumir uma posição de responsabilidade baseada no diálogo e na legalidade, pelo que se não entende este tipo de iniciativa".
À Lusa, o responsável do Sitava afirmou-se ainda preocupado com o atraso no arranque das negociações para a renovação do contrato da Groundforce com a TAP e acusou o Governo de nada fazer, escudando-se na falta de decisão da ANAC sobre a reversão da privatização, em que o Estado volta a ficar com 50% do capital do grupo TAP.