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Promotores do aeroporto em Santarém recorrem a ex-diretor da Eurocontrol
Depois da Força Aérea e da NAV terem apontado obstáculos aéreos do projeto com a base de Monte Real, a Magellan 500 apoia-se num antigo diretor-geral da Eurocontrol que diz não ver "qualquer problema".
Os promotores do projeto Magellan 500, que pretendem a instalação do novo aeroporto na região de Santarém, recorreram a Eamonn Brennan, que foi diretor-geral da Eurocontrol entre 2018 e 2022 para voltarem a defender que é possível ultrapassar obstáculos aéreos com a base de Monte Real.
"Analisei os gráficos do espaço aéreo e aproximações (das soluções para o aeroporto de Santarém). Genuinamente, não vejo qualquer problema", afirma o antigo responsável da organização europeia para a segurança da navegação aérea, citado na apresentação que ao início desta tarde os promotores do aeroporto de Santarém liderados por Carlos Brazão (na foto) vão apresentar no Parlamento.
No documento que será apresentado na audiência, Eamonn Brennan afirma ainda que "é semelhante a Oslo e Dublin, e completamente de acordo com os princípios FUA de Uso Flexível do Espaço Aéreo civil e militar da Eurocontrol", entidade que inclui 41 Estados-membros incluindo Portugal.
Quer a Força Aérea quer a NAV Portugal apontaram condicionamentos à construção do aeroporto em Santarém por causa da base de Monte Real.
Depois da Comissão Técnica Independente (CTI) ter passado esta localização para a lista de soluções viáveis, ainda que apenas em complemento com o aeroporto Humberto Delgado, a Magellan 500 veio dizer que após reuniões com a NAV foram encontradas respostas para ultrapassar obstáculos aéreos com a base de Monte Real.
No entanto, a empresa de navegação aérea veio esclarecer que teve "contactos informais" com os promotores do projeto, mas rejeitou que os problemas de navegabilidade pela proximidade a Monte Real estejam ultrapassados.
Também num ofício do gabinete do chefe do Estado Maior da Força Aérea, anexo à documentação divulgada pela CTI, é dito que - apesar das alterações efetuadas pela Magellan 500 - não pode haver cedência da área de Monte Real, base militar da NATO onde operam os caças F-16.
"Verifica-se que, no que concerne à utilização do espaço aéreo, os procedimentos previstos para o projeto do aeroporto em Santarém colidem com a inviolabilidade do espaço aéreo de Monte Real", lê-se no documento assinado por Luís Manuel Nunes Serôdio.