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Pilotos pedem suspensão da privatização da SATA

Numa carta enviada ao Governo dos Açores e à administração da SATA, o sindicato que representa os pilotos manifestou manifestou dúvidas sobre o processo em curso. Considera que ao ser pouco disputada, com apenas duas interessadas, a operação "levanta dúvidas sobre a sua efetiva atratividade no mercado e viabilidade futura".

Miguel Baltazar/Negócios
Sara Ribeiro sararibeiro@negocios.pt 28 de Novembro de 2023 às 11:53

O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) tem "sérias dúvidas" e "preocupação" em relação ao processo de privatização em curso da SATA Internacional. Por isso, enviou uma carta aberta dirigida à administração da SATA e ao Governo Regional dos Açores a pedir a suspensão da privatização em curso.  

Em causa está o
 reduzido número de concorrentes à privatização da SATA, já que apenas dois consórcios apresentaram propostas, o que, para o SPAC, "é motivo bastante para apreensão". "Ao ser pouco disputada, esta operação levanta dúvidas sobre a sua efetiva atratividade no mercado e sobre a sua viabilidade futura, com efeitos diretos numa baixa valorização da empresa, caso o negócio se concretize no atual cenário", explicam em comunicado.

 

Na análise do sindicato, os dois consórcios que participaram no concurso - o Atlantic Consortium e o consórcio NewTour/MSAviatio -"possuem perfil empresarial longe do que seria o mais desejável. Um deles integra parceiros que, pelo que se vai sabendo através da comunicação social, terão reputação bastante duvidosa junto da indústria de transporte aéreo".

 

Para o sindicato dos pilotos, "wstes factos poderão limitar negativamente a capacidade da SATA de manter os seus elevados níveis de serviço no futuro, comprometendo a sua capacidade de crescimento operacional e comercial, impedindo-a de continuar a garantir emprego e a gerar de riqueza para a Região e para a economia nacional.

Nesse sentido, o
 SPAC, acompanhado pelo SITAVA- Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos - e pelo SNPVAC - que representa os tripulantes, "exige uma maior defesa dos interesses dos seus associados e dos trabalhadores da SATA, a par de uma melhor defesa do legítimo interesse da Região Autónoma dos Açores e da aviação comercial em Portugal, neste processo de privatização", lê-se no documento.


O sindicato considera ainda que o processo de seleção do único concorrente que permanece na corrida  levanta igualmente dúvidas sobre a robustez e validade deste concurso de privatização. "Recebeu do Júri do concurso uma pontuação que consideramos ser insatisfatória (apenas 47 em 100 pontos possíveis), e aparenta uma capacidade de investimento questionável, algo que coloca em risco o desenvolvimento futuro da SATA Internacional, no mercado internacional fortemente competitivo em que opera".


O júri do concurso público de privatização da Azores Airlines, do grupo SATA, excluiu em putubro, no seu relatório intercalar, o concorrente Atlantic Consortium por não ter assumido a sua proposta como "vinculativa".

Em paralelo o SPAC recomenda a realização de um Road Show Privatização SATA Internacional, com o objetivo de promover a companhia e um novo concurso para privatização, "atraindo concorrentes e investidores em maior número e mais  
adequados aos interesses da SATA e da Região Autónoma dos Açores", conclui.


Em junho de 2022, a Comissão Europeia aprovou uma ajuda estatal portuguesa para apoio à reestruturação da companhia aérea de 453,25 milhões de euros em empréstimos e garantias estatais, prevendo medidas como uma reorganização da estrutura e o desinvestimento de uma participação de controlo (51%).

O processo de privatização da companhia aérea com sede na cidade de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel,foi lançado a 24 de março deste ano e tem como objetivo a alienação de, no mínimo, 51% e, no máximo, 85% do capital.

 

O Atlantic Consortium, é constituído pelas companhias aéreas portuguesas EuroAtlantic Airways e a White Airways (do grupo Omni Aviation e dedicada à aviação charter) e as empresas Vesuvius Wings, Old North Ventures (consultora sediada nos Açores) e a Consolidador ( plataforma portuguesa para a emissão de passagens aéreas).

 

Já o agrupamento concorrente é integrado pela New Tour, grupo português de viagens e turismo, e a austríaca Ms Aviation GmBh, que opera na gestão de aviões privados

 

 

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