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Milhas aéreas podem perder valor
Quem tenha acumulado demasiadas milhas em programas de fidelização de companhias aéreas pode estar em risco de as perder. Com menos dinheiro em caixa, a desvalorização das milhas é uma fonte de rendimento que as companhias podem explorar.
As transportadoras aéreas podem desvalorizar as milhas dadas aos passageiros frequentes com a intenção de recuperar algum dinheiro perdido durante a pandemia de covid-19.
A notícia é avançada pela Bloomberg e cita Matt Schultz, analista de crédito da Lending Tree. Segundo o especialista, "em alturas em que as linhas aéreas têm passado por problemas financeiros seria fácil olharem para algum tipo de desvalorização das milhas ou pontos como uma forma de recuperar algum terreno financeiro. Suspeito que vejamos algo semelhante daqui para a frente".
Este é um dos braços de atividade menos transparentes das companhias aéreas que, na maior parte das vezes, reservam para si os lucros obtidos através do seu programa de passageiros frequentes que, segundo a Bloomberg, representa um rendimento superior ao das operações tradicionais para algumas companhias.
O modelo de negócio consiste em vender as milhas aos bancos que emitem os cartões de crédito com a marca da companhia aérea, mas a exposição das transportadoras aos cinco maiores programas de fidelização aumentou 12% até ao final do ano, atingindo os 27,5 mil milhões de dólares. Agora, com menos dinheiro em caixa, as companhias podem recorrer a medidas como datas de validade para os seus pontos ou milhas, ou uma simples redução dos seus benefícios.
Segundo a Lending Tree, citada pela Bloomberg, os cinco maiores programas de fidelização são o SkyMiles da Delta Airlines, AAdvantage do grupo American Airlines, o MileagePlus da United Airlines, Rapid Rewards da Southwest Airlines e o programa TrueBlue da JetBlue.
Ainda assim, a Bloomberg explica que no pico da pandemia e face às restrições e consequente quebra na procura por viagens aéreas, Delta, American e United Airlines utilizaram os seus programas de fidelização como colateral na emissão obrigações. Por isto, é possível que estas companhias aéreas sejam impedidas de promover alterações aos seus programas de fidelização.