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Governo criou grupo de trabalho para avaliar desvio de voos para Cascais
O Grupo de trabalho tem seis meses para apresentar as conclusões sobre o desvio de voos executivos da Portela para o aeródromo de Cascais, que representam menos de 1% do tráfego total.
O Ministério das Infraestruturas criou um grupo de trabalho para avaliar as condições de deslocação dos voos executivos do aeroporto Humberto Delgado para o aeródromo municipal de Cascais. Segundo o despacho publicado esta quarta-feira em Diário da República, o grupo de trabalho tem agora seis meses para apresentar as conclusões.
A missão dos cinco elementos que constituem o grupo, entre os quais da ANA e da ANAC, é proceder ao levantamento da situação atual e futura do aeródromo de Cascais em termos de capacidade, de utilização e de certificação da infraestrutura aeroportuária e avaliar o volume e perfil do tráfego a deslocar. Bem como analisar os "respetivos impactos operacionais numa e noutra infraestrutura e as condições do aeródromo de Cascais para acolher a pretendida deslocação da aviação civil, incluindo a identificação dos investimentos considerados necessários para o efeito", lê-se no despacho assinado por João Galamba.
Depois, pretende-se que apontem as medidas e ações a adotar pelas diversas entidades envolvidas na operacionalização da deslocação da aviação executiva e que apresentem as soluções técnicas que o permitam, em conformidade com os requisitos legais e regulamentares.
O grupo vai ser coordenado por João Pedro Brilhante da Silva e Mariana Braz Carvalheira, técnicos especialistas do gabinete do ministro das Infraestruturas, e tem agora seis meses para apresentar "um plano com a concretização das medidas, obras e procedimentos necessários que garantam a efetivação da deslocação dos voos executivos".
Integram ainda a equipa Jorge Roquette da Silva Cardoso, adjunto do gabinete de apoio à vereação do Município de Cascais; Sylvia Lins, em representação da Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC) e Rui Pedro Soares Dias Marçal pela NAV Portugal.
"Os membros do grupo de trabalho não são remunerados e podem fazer-se acompanhar por técnicos das entidades que representam", detalha o documento.
Como o Negócios noticiou, a solução proposta pelo Governo de desviar os voos executivos para o aeródromo de Cascais vai permitir retirar 0,9% do tráfego do aeroporto Humberto Delgado. De acordo com os dados cedidos ao Negócios pela Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC), esta foi a percentagem de voos de jatos privados na Portela em 2022, que corresponde 0,02% do total de passageiros e 1948 voos executivos que passaram pelo aeroporto de Lisboa no mesmo período. A larga maioria – mais de 90% – são voos comerciais.