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Governo admite "acelerar" venda da TAP, mas não avança com datas
O ministro das Finanças não se compromete com datas para a privatização da TAP. Venda da companhia aérea não é mencionada na proposta do Orçamento do Estado.
O tema da privatização da TAP passou ao lado da proposta do Orçamento do Estado para 2025. O documento, com 469 páginas, não faz qualquer referência ao processo de venda da companhia aérea.
Questionado na conferência de imprensa sobre o tema, o ministro das Finanças comentou apenas que, tal como o Governo tem vindo a referir, têm estado em contacto com "as três companhias aéreas que mostraram interesse" para definir os moldes da operação, sublinhando que se trata de um "dálogo preliminar".
Miranda Sarmento admitiu que o objetivo é "acelerar" o processo privatização, mas não consegue adiantar "qualquer data" sobre os próximos passos ou conclusão da venda.
Esta semana, em entrevista ao Faro de Vigo, o secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Espírito Santo, revelou que a privatização da TAP está a despertar o interesse de mais empresas além da Air France-KLM, IAG e Lufthansa, incluindo fora do Velho Continente.
"Estamos muito satisfeitos porque sentimos muito interesse" pelo processo, reconheceu o governante, garantindo, ao mesmo tempo, que há muitos interessados e não só da Europa, mas também de fora", acrescentou, sem avançar com mais detalhes.
Terça-feira, em entrevista à SIC, o primeiro-ministro também tinha dito que havia "muitos interessados", admitindo ainda a privatização total da companhia, desde que seja assegurada a manutenção do "hub" e de rotas estratégicas.
Já o ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, revelou em entrevista ao Público que "existe consenso sobre a privatização", não existe é "consenso à volta da percentagem da privatização".
Na mesma entrevista ao jornal espanhol, o secretário de Estado não detalhou os moldes da venda, mas revelou que esperam fechar os detalhes do modelo da privatização ainda este ano. "Até o final de dezembro queremos ter o modelo definido para que possa ser aprovado e arrancar", comentou, acrescentando que o processo "será desenvolvido, simultaneamente, com conversas com entidades "como IAG, Lufthansa, Air France ou outras que estejam disponíveis para fazer uma aposta e entrar nesta corrida", apontou.
"Gostava muito de fazer o processo [de privatização] no primeiro semestre de 2025 e chegar ao fim e poder decidir", referiu, sublinhando que "é um processo que leva tempo e precisamos de fazê-lo de forma muito transparente e robusta", rematou.
O processo de privatização da TAP ficou suspenso com a queda do Governo de António Costa. Mas o Executivo de Luís Montenegro sempre garantiu que ia retomar o processo que já despertou o interesse da Air France-KLM, da Lufthansa e da IAG, dona da Iberia e da British Airways.