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Fundos Airbus evitaram passar “para uma 'TAPzinha”, diz ex-presidente da Parpública

Pedro Ferreira Pinto, antigo presidente da Parpública, refutou ainda que a privatização da TAP em 2015 tenha sido feita “à pressa”.

Sérgio Lemos
16 de Maio de 2023 às 17:42
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O ex-presidente da Parpública, Pedro Ferreira Pinto, defendeu que a operação conhecida como fundos Airbus não teve "grande anormalidade" e serviu, sobretudo, para manter a TAP em operação, evitar despedimentos e passar "para uma TAPzinha".

Em causa estão os 226 milhões de euros cedidos pela Airbus que David Neeleman utilizou depois para capitalizar a companhia aérea.

"Aquilo que nos interessava para a TAP era de facto que os fundos entrassem", disse na comissão parlamentar de inquérito Pedro Ferreira Pinto,  antigo presidente da Parpública entre janeiro de 2014 e abril de 2016. 

"Os fundos [Airbus] beneficiaram em primeiro plano a TAP e, por via disso, a Parpública e o Estado português", defendeu.

O responsável refutou ainda a ideia de uma privatização feita à pressa em 2015, ganha pelo consórcio de David Neeleman e Humberto Pedrosa. Foi uma operação "altamente trabalhosa", "muitíssimo bem feita" e um "trabalho altamente escrutinado", reforçou.

Pedro Ferreira Pinto disse que toda a operação está acessível a todos, sem qualquer segredo. "Por acaso, [a privatização] foi assinada ao final do dia, senão se calhar as parangonas dos jornais diriam que foi feito na alvorada", apontou, referindo-se à hora tardia em que o acordo foi assinado, na reta final do Governo liderado por Pedro Passos Coelho, que foi substituído pelo Governo PS (apoiado no parlamento por BE, PCP e PEV), que tomou posse em final de novembro de 2015.

Relativamente a uma carta enviada pelo PS à Parpública a pedir para que a privatização não fosse feita, Pedro Ferreira Pinto disse que a entidade respondeu apenas que tomava boa nota.

"Eu não entendi a carta como uma pressão, mas como uma vontade de fazer saber quais eram as suas vontades. [...] Quando o trabalho está bem feito, não há ameaças. Não levei para esse lado e nem me tinha ocorrido", respondeu a Paulo Moniz.

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