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Boeing desiste de acordo com brasileira Embraer

A fabricante aeronáutica norte-americana rescindiu o acordo com a Embraer para criar duas parcerias, uma para o negócio da aviação comercial e outra para o avião militar C-390. A empresa brasileira acusa a norte-americana de ter fabricado falsas alegações como pretexto para tentar evitar seus compromissos de fechar o negócio.

DR/Embraer
25 de Abril de 2020 às 17:46
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A Boeing rescindiu este sábado o acordo com a brasileira Embraer para criar duas parcerias, uma para o negócio da aviação comercial e outra para o desenvolvimento de novos mercados para o avião militar de transporte de carga KC-390 (repatizado C-390 Millenium).

O gigante da aeronáutica Boeing rescindiu o acordo 'Master Transaction Agreement -MTA' com a brasileira Embraer, que tinha como objetivo estabelecer "um novo patamar de parceria estratégica", refere a Boeing em comunicado, realçando que em causa estavam a criação de duas 'joint-ventures' (empresas conjuntas), uma para o negócio da aviação comercial da Embraer e outra para o desenvolvimento de novos mercados o C-390 Millenium.

O acordo para a compra por parte da Boeing do negócio da aviação comercial da Embraer estava avaliado em 5,2 mil milhões de dólares.

No comunicado, a Boeing refere ainda que "exerceu seus direitos" de rescindir o contrato porque a Embraer "não cumpriu as condições necessárias" dentro de prazo que terminou na sexta-feira, apesar de parceria ter recebido a "aprovação incondicional" de todos os órgãos reguladores envolvidos, à exceção da Comissão Europeia.

O presidente da Embraer Partnership & Group Operations da Boeing, Marc Allen, disse no comunicado que a rescisão é "muito dececionante" e que explicou que tinham chegado a um ponto em que "continuar a negociar ao nível do acordo não iria resolver as questões pendentes". No comunicado, a Boeing esclarece que "trabalhou diligentemente" nos últimos dois anos para concluir o acordo com a Embraer. "Há vários meses que temos mantido negociações produtivas sobre as condições do contrato, mas que não foram atendidas e por último, as negociações não foram bem-sucedidas", lê-se na mesma nota.

A Boeing e a Embraer vão, no entanto, manter o contrato vigente relativo à comercialização e manutenção conjunta da aeronave militar C-390 Millenium assinado em 2012 e ampliado em 2016.

Em reação à decisão, a Embraer veio afirmar que "acredita firmemente que a Boeing rescindiu indevidamente o Acordo Global da Operação (MTA) e fabricou falsas alegações como pretexto para tentar evitar seus compromissos de fechar a transação e pagar à Embraer o preço de compra de 4,2 mil milhões de dólares".

Em comunciado, a empresa brasileira diz ainda que "a Boeing adotou um padrão sistemático de atraso e violações repetidas ao MTA, devido à falta de vontade em concluir a transação, sua condição financeira, ao 737 MAX e outros problemas comerciais e de reputação".

 

A Embraer salienta também que "acredita que está em total conformidade com suas obrigações previstas no MTA e que cumpriu todas as condições necessárias previstas até 24 de abril de 2020", frisando que procurará "todas as medidas cabíveis contra a Boeing pelos danos sofridos como resultado do cancelamento indevido e da violação do MTA".

 


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