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Vodafone aplaude recomendação de Bruxelas sobre abertura da rede de fibra da Meo
O presidente executivo da Vodafone Portugal, Mário Vaz, aplaudiu esta segunda-feira a recomendação da Comissão Europeia de impor a abertura da rede de fibra da Meo (PT Portugal/Altice) em zonas não competitivas.
Na recomendação, divulgada no seu 'site', a Comissão Europeia "pede à Anacom que imponha à MEO a obrigação de fornecer" a sua rede de fibra óptica "em algumas partes ou áreas" que o regulador "considerou serem não competitivas a nível de retalho, em particular nas áreas remotas ou rurais".
A Vodafone Portugal "aplaude" e "revê-se inteiramente na recomendação" da Comissão Europeia, que "reitera pela segunda vez as sérias dúvidas relativas à compatibilidade da decisão da Anacom [Autoridade Nacional de Comunicações] face às regras europeias", afirmou Mário Vaz, numa reacção sobre o assunto.
"Aliás, os congéneres europeus do regulador nacional que compõem o BEREC também levantaram estas preocupações", apontou o gestor.
"Segundo a Comissão Europeia, a Anacom não explica como é que não impor o acesso à rede de fibra da MEO vai criar um mercado concorrencial que traga escolha e preços competitivos à população que reside em 85% das freguesias portuguesas (as ditas zonas não concorrenciais segundo a Anacom)", prosseguiu o presidente executivo da Vodafone Portugal.
"Tanto mais que a própria Anacom admite que nessas zonas as condições socioeconómicas existentes e a densidade populacional constituem um entrave ao investimento por parte dos operadores concorrentes à MEO", acrescentou.
"A manter-se o sentido de decisão da Anacom continuaremos a ter um Portugal de primeira - com fibra, com concorrência e com escolha - e um de segunda - onde os clientes têm menos escolha, pior serviço e pagam mais caro", apontou o gestor, salientando que a operadora defende "um país onde o desenvolvimento, a inovação, a qualidade e os preços são para todos".
Nesse sentido, "continuaremos a insistir num modelo de co-investimento para as redes fixas de nova geração. Não por uma questão meramente egoísta ou por uma perspectiva oportunista, mas para garantir um investimento mais racional, assegurando mais e melhor concorrência para o país e chegando rapidamente ao território mais remoto e à população mais desfavorecida", sublinhou.
"Acreditamos que compete ao regulador garantir que a revolução digital quebra todas as limitações geográficas, chegando, sem excepção, a toda a população portuguesa, de norte a sul do país e às regiões autónomas", disse, salientando esperar que a Anacom "não ficará indiferente às preocupações levantadas pelos operadores alternativos, pelo BEREC e pela Comissão Europeia, alterando a sua decisão".