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Pires de Lima compreende preocupação com PT mas rejeita palavra 'resgate'

O ministro da Economia, António Pires de Lima, disse esta terça-feira compreender "as preocupações" de personalidades que apelaram ao "resgate" da Portugal Telecom, mas rejeita esta palavra por estar ligada à herança deixada pelo antigo primeiro-ministro José Sócrates.

Miguel Baltazar/Negócios
04 de Novembro de 2014 às 19:43
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"Eu li. São pessoas que respeito e compreendo as preocupações. São pessoas que têm uma história recente em Portugal, que têm formulado uma série de manifestos - penso que nos últimos tempos -, e que terminam sempre com uma palavra que é preciso evitar: resgate", disse Pires de Lima no final de uma visita à fábrica do grupo Visteon, em Palmela.

 

"Portugal teve um regate, aquele que nos deixou como herança o Eng.º José Sócrates e não quero ter mais nenhum", salientou, apelidando de "brigada de resgate" o grupo de subscritores do apelo.

 

"Essa é seguramente uma linha de orientação que este Governo vai seguir", garantiu Pires de Lima.

 

Na terça-feira, depois de se saber da proposta dos franceses da Altice para comprar a Portugal Telecom, diversas personalidades como Bagão Félix, Francisco Louçã, Freitas do Amaral e Manuel Carvalho da Silva subscreveram um "apelo para resgatar a PT", em que exigem "das autoridades políticas e públicas uma actuação intensamente activa" na empresa.

 

No documento a que a agência Lusa teve acesso, refere-se que "a gravidade da situação da PT é incompatível com silêncios, omissões ou acomodações. Está em causa o interesse nacional na sua mais genuína interpretação. Está em causa a prossecução do bem comum e a defesa estratégica da soberania nacional. Por isso, exige-se das autoridades políticas e públicas uma actuação intensamente activa".

 

Para os subscritores do apelo, "este problema não pode, pois, ser exclusivamente deixado à lógica estrita de mercado e de interesses particularistas" e "não pode ser tratado como se se tratasse de um assunto de quase rotina sujeito à lei mecânica da indiferença e da passividade".

 

"Exige apuramento profundo e integral de responsabilidades e a salvaguarda de aspectos inalienáveis da nossa soberania. Portugal não pode ficar desarmado. Os órgãos de soberania devem interpretar fielmente a prossecução do bem comum que é pertença da nação", argumentam no texto.

 

No apelo, os subscritores consideram que "as razões do descalabro e desmembramento da PT, no contexto da sociedade e da economia portuguesa, advêm, ao longo deste século, de graves erros, distorções, falta de visão estratégica nacional e diluição ética de diferentes níveis de decisão".

 

"Importa, por isso, aprofundar as ilações a extrair desta situação", declaram.

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