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Oi tem dinheiro suficiente para pagar dívida até 2017
O encaixe da venda da PT Portugal ficou fora do Brasil para proteger a Oi da desvalorização do real, revelou o CFO da companhia, dando conta que a empresa brasileira está a estudar oportunidades para reduzir a alavancagem.
A Oi, companhia brasileira de telecomunicações detida em 27,5% pela Pharol, assegurou esta terça-feira, 22 de Setembro, que tem dinheiro suficiente para cumprir as suas obrigações financeiras até 2017.
Em declarações à Bloomberg, o administrador financeiro da Oi, Flávio Guimarães, assegurou que a dívida da operadora está protegida da queda do real e que a companhia deixou no exterior grande parte do encaixe obtido com a venda da PT Portugal.
O negócio com a Altice permitiu à empresa brasileira um encaixe de 7 mil milhões de euros, sendo que a maior parte deste montante (4,3 mil milhões de euros) está fora do Brasil, servindo de cobertura de risco face à dívida que tinha sido emitida no âmbito da fusão com a Portugal Telecom.
A Oi, que no final de Junho tinha uma dívida líquida de 51,3 mil milhões de reais (11,5 mil milhões de euros), está à procura de oportunidades para reduzir a sua alavancagem e melhorar o perfil da dívida, tendo para o efeito contratado a Rotschild.
Rumores que a Oi se preparava para reestruturar os títulos de dívida emitidos fora do Brasil provocaram uma queda acentuada na cotação das obrigações da companhia. Segundo a Bloomberg, os títulos recuperaram depois da Oi anunciar a contratação da Rotschild.
Flávio Guimarães assegurou que a empresa tem "cash" suficiente para fazer face aos custos financeiros, mas reconheceu que estão a ser consideradas alternativas para reduzir as despesas relacionadas com a dívida.
A venda de activos é um dos caminhos, sendo que a Oi já admitiu que pode avançar para a venda de torres de telecomunicações e "call centers". Quanto aos activos em África, o CFO afirmou que pretende uma "venda rápida".
Flávio Guimarães afirmou ainda que a queda de 33% do real face ao dólar este ano não tem impacto no perfil da dívida da Oi. "Não há um impacto efectivo do real no balanço da Oi", assegurou.