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Lucros da Vodafone caem 70% no primeiro semestre fiscal
Os resultados da operadora britânica foram afectados pelo reconhecimento de perdas no Luxemburgo, Alemanha. A Vodafone já vê melhorias no mercado, esperando poder recuperar nos trimestres seguintes.
Os resultados líquidos da Vodafone caíram 69,5% no semestre que terminou em Setembro, para os 5,5 mil milhões de libras (7 mil milhões de euros), divulgou a empresa em comunicado.
A Vodafone explica, em comunicado, que os resultados incluem um reconhecimento de 5.468 milhões de créditos tributários em relação a prejuízos fiscais registados no Luxemburgo. O reconhecimento de um activo por impostos diferidos em relação a prejuízos fiscais na Alemanha, na ordem dos 1.838 milhões de libras (2,3 mil milhões de euros) e no Luxemburgo (16.069 milhões de libras – 21,1 mil milhões de euros).
E o imposto estimado relacionado com a racionalização e reorganização de activos não americanos, antes da venda da participação na Verizon Wireless, no valor de 3.016 milhões de libras (3,8 mil milhões de euros).
As receitas da Vodafone, nos seis meses que terminaram em Setembro, caíram 3%, para os 20,8 mil milhões de libras (26,5 mil milhões de euros).
O EBITDA, ou cash flow operacional, caiu 10%, para os 5,8 mil milhões de libras (7,3 mil milhões de euros), divulgou a empresa em comunicado.
"Fizemos um progresso encorajador durante o trimestre e há uma evidência crescente da estabilização de parte dos nossos mercados europeus, suportado pelas melhorias da nossa execução comercial", referiu Vittorio Colao, CEO do grupo.
O gestor acrescentou que o plano de investimento de dois anos, no valor de 19 mil milhões de libras (24,2 mil milhões de euros), está a correr bem e os clientes "estão a começar a sentir o seu efeito". No entanto sublinha que o programa "nem sequer vai a meio".
"Actualmente na Europa, apenas 6% dos nossos clientes está a utilizar 4G e, nos próximos 18 meses atingiremos os 90% de cobertura na região, o que nos dará uma grande oportunidade para aumentar a penetração".
As receitas dos serviços caíram 6,5%, "reflectindo a pressão da concorrência, regulação e economias enfraquecidas", refere a mesma fonte. No entanto, a operadora refere que já existem alguns sinais de estabilização do mercado.
As receitas dos serviços móveis caíram 7,3%, no primeiro semestre fiscal, o que reflecte uma quebra menor ao registado no primeiro trimestre fiscal do ano.
A dívida líquida da Vodafone, a 30 de Setembro, situava-se nos 21,8 mil milhões de libras (27,7 mil milhões de euros), o que compara com os 13,7 mil milhões de libras (17,4 mil milhões de euros) registadas a 31 de Março. A dívida inclui o impacto da aquisição da Ono, em Julho último por um valor de 5,8 mil milhões de libras (7,3 mil milhões de euros) e da Cobra Automative, em Agosto de 2014, no valor de 200 milhões de libras (254,8 milhões de euros).
O conselho de administração da Vodafone recomendou um dividendo intercalar de 3,6 pence por acção, mais 2% do que o pago no homólogo.
A operadora prevê que os investimentos "irão começar a traduzir melhorias no desempenho da rede e na percepção do cliente nos próximos trimestres".
A Vodafone prevê que o EBITDA, no ano fiscal de 2015, esteja compreendido entre os 11,6 mil milhões e os 11,9 mil milhões de libras (14,7 mil milhões e os 15,1 mil milhões de euros). Este objectivo está ligeiramente acima da previsão inicial que apontava para um intervalo entre os 11,4 e os 11,9 mil milhões de libras (14,5 mil milhões de euros). E que o free cash flow seja positive após todo o investimento. Estes objectivos excluem a Ono.