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"É urgente que existam alterações profundas nas políticas do nosso país", diz Alexandre Fonseca
Co-CEO do grupo Altice defende que o atual modelo de trabalho não serve, e que, "hoje, as decisões erráticas não dão estabilidade ao investimento estrangeiro".
"É urgente que existam alterações profundas nas políticas do nosso país", defendeu esta quinta-feira Alexandre Fonseca, Co-CEO da Altice Portugal.
O apelo foi feito no âmbito do sétimo aniversário do polo de inovação da Altice, a Altice Labs, e a propósito daquele que identificou como um dos maiores desafios das empresas: atrair e reter talento.
Alexandre Fonseca terminou o discurso reforçando a necessidade de "transformações laborais, fiscais e de justiça".
As palavras do Co-CEO da Altice, um dos maiores operadores de telecomunicações em Portugal, foram feitas a propósito da retenção de talento, mas surgem numa altura em que estas empresas podem ter a braços uma nova adversidade. Isto porque a Comissão de Avaliação de Segurança, no âmbito do Conselho Superior de Segurança do Ciberespaço, divulgou uma deliberação sobre o "alto risco" para a segurança das redes e de serviços 5G que excluem da rede nacional o uso de equipamentos de fornecedores que, entre outros critérios, sejam de fora da UE, NATO ou OCDE, o que se aplica a empresas chinesas como a Huawei.
E se a decisão de não ter equipamentos de tecnologia da Huawei no núcleo da rede 5G já era esperado, o facto de a deliberação prever a "aplicação de restrições ou cessação de utilização de equipamentos ou serviços" pode obrigar as operadoras a terem de substituir equipamentos e partes da rede já instaladas, o que terá custos, numa altura em que estas já lutam para tornar o 5G rentável.