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Guerra entre Israel e Hamas lança desafio a TikTok
A rede social chinesa luta para remover vídeos de vítimas do grupo Hamas, que a 7 de outubro atacou Israel. De acordo com uma análise da Bloomberg, são vários os vídeos falsos com recurso a inteligência artificial que circulam naquela plataforma.
Os conteúdos em causa simulam, com recurso à inteligência artificial, a imagem de alegadas vítimas mortais no ataque, sendo difícil perceber se se trata ou não da pessoa real.
Os vídeos conseguem fugir às regras de moderação de conteúdo da plataforma, como o consentimento para o uso de imagem, e rapidamente se tornam virais. Uma das regras é, precisamente, que "todos os vídeos sintéticos ou manipulados que mostrem cenas realistas" sejam devidamente identificados.
De crianças a figuras públicas e privadas, são dezenas os casos que a Bloomberg diz ter encontrado.
"Contar histórias é muitas vezes a melhor forma de persuadir a audiência a interagir e, neste caso, ter uma pessoa falecida a falar sobre as suas histórias pode ser muito efetivo na propagação de ideias ou a persuadir outros a mudarem as suas visões", afirmou Chris Chu, professor assistente na Universidade da Flórida, à Bloomberg.
Já no final de novembro, em reação às exigências da União Europeia, a plataforma garantiu "o foco em reforçar as regras contra conteúdos de ódio e violentos, assim como a desinformação", mas admitiu que este é "um período desafiante para a comunidade". Só entre o dia 7 e o dia 17 desse mês, revelou, foram removidos mais de 1,1 milhões de vídeos.
A proliferação de desinformação e vídeos falsos no TikTok há muito que tem gerado preocupação entre os especialistas.
Num artigo publicado em novembro do ano passado, Henry Ajder, especialista em informação sintética e manipulada, dizia à Bloomberg que "este tipo de manipulação está a tornar-se mais persistente". "Quando este volume de informação pode ser criado tão rápido e a esta escala, muda totalmente o panorama", afirmou, relativamente à rede social.
* Com Bloomberg