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Startup subaquática austríaca capta 1,3 milhões e instala-se no Porto
A Subdron recebeu investimento de capitais de risco, entre as quais a portuguesa Faber, para revolucionar a indústria de inspeção subaquática.
A austríaca Subdron GmbH acaba de anunciar o levantamento de 1,3 milhões de euros numa ronda de investimento "pre-seed" (estágio muito inicial), que irá permitir expandir a equipa de engenharia desta startup com quatro novas contratações, acelerar o desenvolvimento e a implementação da sua tecnologia e abrir uma subsidiária no Porto.
"Com esta ronda de investimento vão ser contratadas quatro pessoas: três engenheiros, dos quais dois para a subsidiária do Porto, e um ‘business development’", adiantou ao Negócios fonte oficial da Subdron, sem detalhar a localização nem a data para a sua instalação na cidade Invicta.
Especializada em navegação autónoma subaquática e processamento de dados para inspeções avançadas, a Subdron, que "emprega actualmente seis pessoas", garante que a sua tecnologia "tem o potencial de revolucionar a forma como as estruturas subaquáticas são inspecionadas em relação a incrustações biológicas e integridade estrutural".
Quanto à escolha da Invicta, a Subdron explica que "presença da equipa e das instalações numa cidade costeira como o Porto, com acesso a um porto relevante como Leixões, será estratégica para a empresa estabelecer colaborações com centros de investigação em robótica marinha locais, estabelecer contactos com empresas de transporte marítimo e iniciar a comercialização dos seus serviços".
Em comunicado, a startup austríaca afiança que a solução por si desenvolvida "permite potenciar veículos autónomos subaquáticos com tecnologia de ponta e inteligência artificial para realizar inspeções autónomas em infraestruturas subaquáticas, como instalações portuárias e cascos de navios".
Mais: "Esta tecnologia tem o potencial de descarbonizar significativamente a indústria de transporte marítimo e revolucionar a manutenção e monitorização de ativos subaquáticos críticos, reduzindo os custos em até 50% e melhorando a segurança em diversos setores", garante a startup.
"Ficamos impressionados com a tecnologia inovadora e a visão da Subdron"
A ronda de investimento foi liderada pela xista science ventures, um fundo de capital de risco austríaco focado em avanços científicos, e a portuguesa Faber, através do seu fundo de tecnologia climática relacionada com os oceanos, tendo contado também com a participação do investidor austríaco Saber GmbH.
"Estamos entusiasmados em anunciar a conclusão bem-sucedida da nossa ronda de financiamento inicial", começa por afirmar Thomas Vonach, fundador e CEO da Subdron GmbH.
"Este investimento substancial vai impulsionar a nossa missão de revolucionar a indústria de inspeção subaquática, trazendo mudanças transformadoras que aumentam a eficiência, reduzem os custos e melhoram a sustentabilidade geral da gestão de infraestruturas subaquáticas", promete Vonach.
"Ficamos impressionados com a tecnologia inovadora e a visão da Subdron GmbH, pois a sua abordagem inovadora para inspeções subaquáticas tem o potencial de revolucionar várias indústrias, desde o setor marítimo e de transporte até à monitorização energética e ambiental", considera Bernhard Petermeier, partner da xista science ventures.
"Estamos orgulhosos em apoiar a sua missão e ansiosos por ver os seus veículos autónomos a terem um impacto significativo na descarbonização de uma indústria tradicionalmente intensiva em trabalho e carbono", remata Petermeier.
Já Carlos Esteban, partner da Faber, salienta que, "embora seja mais eficiente do que o transporte terrestre ou aéreo, o transporte marítimo é responsável por cerca de 3% das emissões globais de CO2", defendendo que "a bioincrustação no casco do navio pode aumentar significativamente o consumo de combustível e as emissões de CO2".
"Assim, dados mais baratos, rápidos e precisos sobre bioincrustação, como o sistema subdrone irá fornecer, levariam a planos otimizados de limpeza do casco, resultando em economia tanto no consumo de combustível quanto nas emissões de CO2", conclui Esteban.