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Presentes virtuais viram negócio de 60 mil milhões na China

Na popular indústria do streaming online da China, os presentes virtuais são a nova tendência. É possível presentear um artista que se apresenta ao vivo com uma rosa de 5 yuans (0,80 dólares) ou um foguete espacial de 500 yuans.

06 de Fevereiro de 2021 às 12:00
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O presente é simbólico, mas o dinheiro é real — e é daí que vem o sucesso da Kuaishou Technology. A rival da ByteDance tornou-se a maior plataforma de streaming ao vivo de presentes virtuais, tendo mais utilizadores mensais pagantes do que qualquer outra no mundo. A empresa, que recebe uma parte das gorjetas que os fãs dão aos artistas, levantou 5,4 mil milhões de dólares em Hong Kong na maior oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) do setor de internet desde que a Uber Technologies entrou em bolsa em 2019, segundo dados obtidos pela Bloomberg.

Essa operação está prestes a criar pelo menos quatro bilionários com uma fortuna combinada de 15 mil milhões de dólares, segundo uma estimativa baseada nas informações contidas no prospeto da Kuaishou. Os cofundadores Su Hua e Cheng Yixiao terão cada um mais de 5,5 mil milhões de dólares, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index.

A Kuaishou (que significa "mão rápida") é uma das histórias de maior sucesso da internet da última década e faz parte de uma geração de startups que prosperaram com o apoio da Tencent Holdings. Juntamente com a ByteDance, controladora do TikTok, a empresa foi pioneira em transmissões ao vivo e vídeos curtos que foram posteriormente adotados no mundo todo, inclusive por gigantes como o Facebook.

"O principal recurso da internet é a atenção", escreveu Su na biografia oficial da Kuaishou em 2019. "Pode ser focada num grande número de pessoas como a luz do sol, em vez de agir como um holofote para determinado grupo de pessoas. Esta é a lógica simples por trás da Kuaishou."

Su, nascido na província central de Hunan, estudou programação de dados na prestigiada Universidade Tsinghua antes de começar a trabalhar na Google em Pequim, em 2006. Lá, ganhava cerca de 23.000 dólares anuais, oito vezes o salário médio do país na altura. Embora diga que estava "extremamente feliz" ali, uma estadia em Silicon Valley foi a inspiração para abrir o seu próprio negócio, de acordo com a biografia da Kuaishou.

Su saiu da Google durante a crise financeira global para fundar a sua empresa de publicidade em vídeo, que não se concretizou. Depois de um curto período a trabalhar na Baidu, conheceu Cheng, em 2011, e rapidamente se tornaram sócios.

Em 2013, a dupla transformou a aplicação Kuaishou de um simples criador de GIFs numa rede social de vídeo. A popularidade veio com os vídeos sobre a vida rural na China.

Com a ascensão do Douyin — aplicação da ByteDance que é o gémeo chinês do TikTok —, a Kuaishou ficou mais atrativa, conquistando influenciadores apoiados por agências de talentos e estrelas pop como Jay Chou, de Taiwan. No processo, a companhia acelerou a monetização, criando espaços para anúncios e lojas dentro da aplicação para marcas e retalhistas.

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