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Paulo Azevedo quer TV Cabo cotada em Bolsa

A dispersão do capital da TV Cabo em Bolsa seria, para Paulo Azevedo, presidente da SonaeCom, um primeiro passo para acelerar a liberalização do sector das telecomunicações e aumentar a concorrência ao operador histórico.

26 de Março de 2003 às 14:59
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A dispersão do capital da TV Cabo em Bolsa seria, para Paulo Azevedo, presidente da SonaeCom, um primeiro passo para acelerar a liberalização do sector das telecomunicações e aumentar a concorrência ao operador histórico.

A Apritel, associação dos operadores de telecomunicações nacionais, entende que o Grupo Portugal Telecom (PT) não deveria deter, em simultâneo, as redes de cobre e de cabo, à semelhança do que acontece nos restantes países da União Europeia.

Nesse sentido, o presidente cessante da Apritel advoga, em último instância, que seja separada a propriedade da rede fixa de telecomunicações da rede de cabo, deixando o operador histórico de ter acesso único à rede da TV Cabo.

Compreendendo a dificuldade desta opção, Paulo Azevedo defende que a cotação em Bolsa da TV Cabo seria «80% da solução», com a operadora de televisão por cabo a ter uma gestão diferente do operador histórico.

Com esta iniciativa, o presidente da SonaeCom que controla a Novis e a Optimus, responde a um dos argumentos da PT para não separar a sua rede de telefonia fixa da rede de cabo. «Aí víamos se existe ou não comprador para a empresa (TV Cabo)», realçou a mesma fonte, lembrando eventuais ofertas públicas de aquisição (OPA) de operadores que visariam o seu controlo.

A TV Cabo é detida pela PT Multimédia, que controla ainda a empresa de media Lusomundo.

«Nada foi feito no ano passado na questão do cabo»

Em jeito de balanço do seu mandato na Apritel que terminou hoje com a sucessão de Pedro Norton de Matos, presidente da ONI, Paulo Azevedo considera que «há um campo para nós que é grave, o facto de que nada foi feito na questão do cabo» no último ano.

«Não há mercado, se não houver a distinção das duas redes (cobre e cabo)», destacou o mesmo responsável.

A Apritel acredita que conseguiu empreender nas entidades competentes (reguladores e Governo) «a consciência sobre este assunto. Mas não temos nem decisões nem promessas de decisões» na matéria, lamenta Paulo Azevedo.

O ministro da Economia, Carlos Tavares, que tutela o sector das telecomunicações, segundo a mesma fonte, enunciou, contudo, três hipóteses que poderiam ser aplicadas à questão da rede de cabo da PT Multimedia do grupo PT [PTC]: separação da propriedade, abertura da rede aos operadores ou constituição de redes alternativas.

O ex-presidente da Apritel defende que a melhor solução para a saúde do sector seria a primeira, mas não descarta a segunda alternativa, embora considere que esta faculdade teria afecta as mesmas dificuldades que hoje existem na liberalização da telefonia fixa.

A terceira solução é entendida por Paulo Azevedo como «economicamente inviável». Para este responsável, «não há nenhuma razão para a existência de duas redes de cabo a concorrerem nas mesmas zonas. Isso seria uma estupidez, para o país, para o novo operador e para a TV Cabo».

A Cabovisão é a operadora que oferece maior concorrência à TV Cabo na televisão por cabo, mas está a passar dificuldades financeiras com a necessidade de injecção de capital para suportar o desenvolvimento da sua actividade, não estando presente nas regiões em que a TV Cabo opera.

Posto isto, a primeira solução é vista como a necessária para o sector, na visão do presidente da SonaeCom.

Este responsável está confiante que seja no presente ano tomada alguma decisão pelo Governo no âmbito desta matéria.

Por Bárbara Leite

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