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Microsoft supera projeções de lucros e receitas com ajuda da Azure. Mas segue instável no "after hours"
A tecnológica liderada por Satya Nadella reportou esta noite os resultados do seu segundo trimestre fiscal. As receitas (que foram recordes) e os lucros ficaram acima das estimativas, com a ajuda dos serviços da "cloud inteligente".
A Microsoft registou um resultado líquido de 21,87 mil milhões de dólares (2,93 dólares de lucro diluído por ação) no seu segundo trimestre fiscal, terminado a 31 de dezembro, o que correspondeu a um aumento de 20% face aos 16,43 mil milhões (2,20 dólares por ação) no período homólogo precedente. Os analistas apontavam para um lucro por ação de 2,78 dólares.
As receitas, por seu turno, aumentaram 17,6% para 62,02 mil milhões de dólares, quando a projeção média do consenso de mercado era de 61,12 mil milhões. Este foi o quinto trimestre consecutivo de vendas recordes para a Microsoft e foi o maior crescimento das receitas desde 2022, com a ajuda do interesse nos produtos ligados à inteligência artificial – que estão, por sua vez, a renovar os gastos na computação na nuvem.
A tecnológica norte-americana, liderada por Satya Nadella desde 2014, tem procurado manter um fluxo constante de negócios na "cloud", tentando centrar a estratégia da empresa nos serviços web.
O crescimento da Microsoft – que é dona da Xbox – continuou a ser impulsionado sobretudo pelo aumento da procura e pelo desempenho do seu segmento da "cloud inteligente" (que inclui o armazenamento de dados na nuvem, através da Azure).
As receitas dos serviços na "cloud inteligente" aumentaram 20%, para 25,88 mil milhões de dólares – quando as estimativas dos analistas inquiridos pela Refinitiv apontavam para 25,29 mil milhões.
Além da infraestrutura da nuvem da Azure, este segmento da "cloud inteligente" inclui o servidor SQL, o Windows Server, a Nuance, a GitHub e serviços empresariais. Só as vendas dos serviços da Azure aumentaram 30%, contra um crescimento de 29% no trimestre anterior e contra uma projeção de 28% por parte dos analistas.
A Microsoft ajudou a alimentar a obsessão das "Big Tech" com a inteligência artificial, ao investir na Azure OpenAI para disponibilizar recursos como o ChatGPT. A fabricante do Windows já implementou, desde então, versões da tecnologia OpenAI no seu browser Edge, no motor de busca Bing, no seu software de produtividade Microsoft 365 e em ofertas ao nível da cibersegurança.
Durante o seu segundo trimestre fiscal, a Microsoft concluiu a compra da empresa de videojogos Activision Blizzard – responsável por jogos como Call of Dutty, Candy Crush e Warcraft – e anunciou chips uniformizados para a "cloud", tendo também começado a vender o serviço de publicidade de inteligência artificial Copilot, por 30 dólares por mês, nos pacotes de software de produtividade Microsoft 365.
No entanto, os despedimentos prosseguiram. O LinkedIn, uma subsidiária da Microsoft, cortou cerca de 700 empregos em outubro, que se juntaram aos 10.000 anunciados no início de 2023. A Microsoft anunciou também que vai eliminar cerca de 1.900 postos de trabalho na sua unidade de jogos (o que corresponde a 9%) depois da aquisição da Activision.
A tecnológica segue a ganhar em torno de 9% no acumulado deste ano, mas segue agora no vermelho, dado que, segundo a Bloomberg, alguns analistas esperariam um crescimento maior do crescimento da "cloud".
Na negociação fora de horas da bolsa nova-iorquina, a Microsoft segue a recuar 1,19% para 403,73 dólares. No fecho regular da sessão desta terça-feira, as ações encerraram a ceder ligeiramente, ao perderem 0,28% para 408,59 dólares, e têm estado agora a transacionar com algum sobe-e-desce evidente.
A capitalização bolsista da tecnológica continua, ainda assim, acima dos 3 biliões de dólares – sendo a única cotada atualmente com a designação "3 trillion-dollar baby", já que a Apple quebrou esse patamar.