Notícia
Lucro operacional da Toshiba afunda 90% e diretor de operações renuncia por má conduta
Os resultados da tecnológica ficaram bastante abaixo do consenso dos analistas. Além das contas trimestrais, a empresa deu conta que o diretor de operações renunciou ao cargo por violar as regras de apresentação de despesas.
O lucro operacional da Toshiba afundou 90% para 5,3 mil milhões de ienes (37,6 milhões de euros à taxa de câmbio atual) entre outubro e dezembro, ficando bastante abaixo do consenso dos analistas que apontavam para 38 mil milhões de ienes, de acordo com a S&P Global Market Intelligence (cerca de 270 milhões de euros).
Os resultados foram penalizados pela queda do desempenho do segmento de discos rígidos, devido a uma redução da procura. Além disso, a Toshiba foi afetada pela queda do preço das ações da subsidiária Toshiba TEC, tendo registado uma imparidade de 10,2 mil milhões de ienes.
Olhando para o resto do ano fiscal (que termina em março), o conglomerado japonês voltou a reduzir as previsões dos resultados, pela segunda vez desde novembro, esperando alcançar um lucro de 95 mil milhões de ienes. A empresa recorreu ao fraco desempenho da companhia para justificar esta nova estimativa.
Os resultados surgem numa altura em que o grupo japonês está abalado por polémicas e pouco tempo depois de ter recebido uma proposta de aquisição por parte de um consórcio liderado pela Japan Industrial Partners, que ofereceu 15 mil milhões de dólares (cerca de 13,92 mil milhões de euros) para comprar a Toshiba.
Se a proposta for aprovada pelo conselho de administração da Toshiba e pelos acionistas, tal colocaria um ponto final a uma saga de oito anos de problemas que colocou o conglomerado à beira do colapso.
Esta terça-feira, o presidente da Toshiba, Akihiro Watanabe, assegurou em comunicado que a empresa vai levar a cabo "as negociações necessárias" tendo em conta o "interesse dos acionistas e de outras partes interessadas".
Além dos problemas financeiros, a empresa atravessa uma crise de reputação. A companhia anunciou que o diretor de operações (na sigla inglesa COO), Goro Yanase, renunciou ao cargo depois de os auditores terem descoberto que o executivo apresentou várias vezes à empresa "despesas relativas a entretenimento", sem indicar os restantes participantes destes eventos.