Os grandes eventos desportivos arrastam consigo todo o tipo de ilegalidades relacionadas com bilhetes, como é o caso da venda em leilões pela Internet, e o Euro´2004 não é excepção, mas as leiloeiras prometem fechar as dezenas de negócios que detectam.

Basta abrir os sites portugueses de leilões, como o Miau.pt e o canal de leilões do Sapo, ou o norte-americano eBay para se encontrar dezenas de bilhetes para os jogos do Euro´2004, com destaque para a partida inaugural, o Portugal-Grécia, que será disputado sábado no Estádio do Dragão, no Porto.

Aliás, um bilhete para este jogo chegou a estar num dos canais de leilões da Internet com uma base de licitação de 600 euros.

A Lusa falou com os responsáveis do Miau.pt e do Sapo, que garantiram estar a tomar as medidas possíveis para que estes negócios não se concretizem.

No entanto, afirmam, não é tarefa fácil, pois os «vendedores» utilizam alguns subterfúgios para que os seus negócios não sejam descobertos e, consequentemente, anulados.

O «truque» mais comum é o de usar palavras-chave que não, por exemplo, «Euro 2004», para inscrever o «negócio».

Há também quem esteja a leiloar envelopes ou bandeiras de Portugal, por mais de 50 euros de base de licitação, com a particularidade de oferecer «grátis» bilhetes para os jogos.

Em declarações à Lusa, Manuel Fidalgo, do Instituto do Consumidor, alertou para a ilegalidade da venda em leilão destes bilhetes, lembrando que todos os ingressos são nominais, mesmo os das empresas, e que os seus portadores poderão ter de se identificar e explicar como os obtiveram.

O director do Miau.pt, João Cruz, garantiu à Lusa que o seu canal não permite este tipo de negócios, fechando todos os que encontram.

Assim, diariamente, os responsáveis do site abrem a página, fazem uma filtragem e cancelam todos os negócios ilegais, um trabalho que não é fácil visto que o Miau regista cerca de duas mil entradas por dia.

Já o Sapo, de acordo com o responsável do canal de leilões, Miguel Costa, também remove este tipo de «negócios», mas admite não fazer uma revista diária à sua página.

No entanto, tem pessoas que fazem uma revista regular ao canal e também actuam sob denúncias.

A directora do Departamento Jurídico da Sociedade 2004, Alexandra de Noronha, reafirmou que estas acções são ilegais e adiantou que a organização do campeonato está a trabalhar em estreita ligação com a Polícia Judiciária.

O responsável da PJ por esta acção afirmou à Lusa estar a aguardar que a Sociedade Euro 2004 lhe forneça a lista de sites nacionais que deverão ser fechados por ordem judicial, mas sabe que existem.

Quanto aos sites internacionais, existe uma colaboração com a Interpol, que já fechou alguns sites de venda ilegal de bilhetes para o Euro 2004.