Os pequenos blocos de notas tipo Moleskine não passaram à história, mas hoje a larga maioria dos documentos são produzidos em meios digitais, longe do papel e da caneta. Das empresas aos utilizadores privados, na vida pessoal e nas escolas, o computador, o "tablet" e até o "smartphone" assumiram-se como os 'produtores' de relatórios, apresentações, comunicações, notas e tantos outros formatos de documentos.

A lógica e as previsões dos gurus apontavam para que este aumento de informação em meios digitais fizesse diminuir radicalmente a quantidade de documentos impressos, mas a redução tem sido mais gradual do que era esperado. Ainda há muito quem goste de imprimir para guardar alguns documentos, mais ou menos importantes, e continua a ser necessário ter cópias impressas de "papelada" para arquivar e guardar. Ou os bilhetes para o teatro que foram comprados "online" e precisam de ser apresentados à entrada do espectáculo.

E é por isso que as fabricantes de impressoras, de tinteiros e "toners" continuam a manter um negócio que os mais futuristas diziam há alguns anos estar destinado a morrer. Mas também este modelo teve de se alterar para responder às mudanças do mercado e aos interesses dos utilizadores, que hoje querem aceder a toda a informação a qualquer momento e a partir de qualquer lugar.

O "cloud printing" (ou impressão a partir da "nuvem") é a resposta, desligando o acto de imprimir do uso de cabos e de computadores ligados às impressoras. Os equipamentos estão todos ligados à rede doméstica ou das empresas, e com "presença" na Internet, podendo receber ordens de impressão a partir de um computador a funcionar do outro lado do mundo, ou de um "smartphone" do outro lado da rua.

Todos a bordo

O modelo assumiu uma importância estratégica na estratégia das empresas fabricantes de equipamentos mas também das que fornecem serviços na Internet. A Google já tinha avançado com a ideia para os documentos criados no Google Docs (disponíveis apenas na Internet) que podiam ser impressos em impressoras registadas no serviço Google Cloud Print, que suporta uma grande variedade de equipamentos "web connected".

A HP não demorou a adoptar também a sua proposta nesta área, colocando todo o seu peso de quota de mercado na área de soluções de impressão em marcha para generalizar o ePrint, que é suportado já numa série de impressoras, desde as profissionais de topo de gama a equipamentos 'caseiros' com preços a rondar os 100 euros. A partir de qualquer computador, "tablet" ou "smartphone" é possível dar ordem de impressão de um documento, desde que a impressora esteja registada no serviço ePrint. E a impressora nem sequer tem de estar ligada no momento, já que a ordem fica guardada numa fila de impressão.

O conceito tem também uma versão mais segura para empresas, com sistemas de códigos de activação para garantir a confidencialidade, e está a ser criada uma rede de ponto de impressão públicos, através de uma solução que permite a lojas, aeroportos e hotéis disponibilizarem impressoras que os clientes podem usar para fazer impressões necessárias no momento através da Internet, sem ser preciso recorrer a cabos ou instalar software.

A solução ePrint está disponível também para "smartphones" como o iPhone, BlackBerry, Android e WebOS, mas a Apple tem a sua própria versão, como seria de esperar. Chama-se AirPrint e permite que a partir de um iPhone ou iPad possam ser enviados para impressão "emails", fotografias, páginas da Internet e outros documentos. Também sem necessidade de instalar "software" ou "drivers" de impressoras, e sem ligar cabos, mas apenas dentro da mesma rede Wi-Fi e não remotamente a partir de qualquer acesso Internet.

Para já as impressoras que suportam o AirPrint são apenas modelos da HP, numa gama alargada de preços, mas é possível que outras marcas venham também a entrar na lista. E o conceito de "cloud printing" está também a ser alargado de forma acelerada, até porque a Canon, Samsung, Epson, Lexmark, Kodak, Oki, Ricoh e Xerox estão também a apostar no modelo para as suas soluções de consumo e profissionais.

Por isso é provável que a impressora que tem em casa ou no escritório já permitam o recurso a esta possibilidade. Vale a pena verificar e experimentar, libertando-se também dos fios e configurações que até agora eram necessárias sempre que queria imprimir os bilhetes comprados "online", ou o cartão de embarque para a próxima viagem.



Como funciona?

Apesar das diferenças entre as soluções das várias empresas, o conceito é basicamente o mesmo: as impressoras são ligadas à Internet - por rede fixa ou sem fios ("wi-fi"), e têm de ser registadas num serviço "online", que as torna localizáveis a partir de um computador, "smartphone" ou "tablet" compatível.

Na maior parte dos casos os documentos são "enviados" para a impressora por "email" ou através de uma aplicação no "smartphone" ou computador que passa a incluir nas aplicações a possibilidade de imprimir com esta tecnologia. Mas há alguns serviços que ficam limitados à utilização da mesma rede Wi-Fi, obrigando a uma presença na proximidade, como acontece com o AirPrint da Apple.

O objectivo último é facilitar o processo de impressão, dispensando a ligação de cabos e as configurações adicionais, mas ainda há uma grande disparidade de sistemas e incompatibilidades entre o suporte nos equipamentos que se podem tornar uma barreira à generalização do serviço.

A segurança é também um dos factores a verificar. Não vai querer que qualquer pessoa consiga imprimir documentos na sua impressora, pelo que é necessário "limitar" os utilizadores autorizados, uma configuração que tem de ser feita na altura do registo em serviços como o ePrint da HP. Por outro lado, também não quer que o relatório confidencial que se destina ao seu chefe possa ser visto por outro colega do escritório quando der ordem de impressão a partir de uma reunião num cliente. E já há soluções técnicas que contemplam estas necessidades, mas que precisam de ser implementadas.


IMPRESSORAS LIGADAS À NUVEMPor cerca de 100 euros, é possível comprar uma impressora com ligação à "nuvem" para impressão remota. A HP é a empresa que tem uma oferta mais completa, mas há outras marcas a considerar, com tecnologia de jacto de tinta e "laser", para usar em casa ou em pequenas empresas e departamentos.



HP Deskjet 3050A e-All-in-One Preço: 79 euros

Este é um dos modelos mais básicos da gama de impressoras com suporte à tecnologia ePrint. Para além de impressora é também digitalizador, o que permite fazer a digitalização de documentos e fotografias em papel para guardar no computador e também fazer cópias, a cor e a preto e branco.


HP Photosmart 6510 eAiO Preço: 169 euros

Se as exigências se centram mais na qualidade de imagens impressas, sobretudo de fotografias, há outras opções a considerar, nomeadamente este modelo Photosmart, que garante fotografias com qualidade de laboratório e várias possibilidades de configuração directamente na impressora através do ecrã táctil. Numa campanha de regresso às aulas que se estende até 31 de Outubro a HP está a oferecer um vale de desconto de 40 euros na compra desta impressora.


HP LaserJet Pro 100 MFP Preço: 338 euros
Quem quiser optar por tecnologia de impressão laser pode escolher a LaserJet Pro 100, o multifunções laser mais pequeno da gama da HP, que "encaixa" numa secretária de um escritório pessoal ou de uma pequena empresa. A rapidez de configuração e de impressão e cópia são garantidas, assim como o suporte ao ePrint.

HP Envy 100 e-All-in-One Preço: 199 euros

Para quem aprecia o design, o multifunções HP Envy é uma das escolhas possíveis, diferenciando-se dos modelos tradicionais pelo design moderno, mas garantindo uma impressão de qualidade e silenciosa. A impressora é também compatível com a tecnologia ePrint.

Canon Pixma MG5350 Preço: 149 euros
Acabada de chegar às lojas, esta nova impressora da Canon estreia o suporte AirPrint na gama da marca, que será progressivamente alargada a outros modelos. Para além dos dispositivos da Apple a Pixma suporta ainda impressão através da Internet com o Pixma Cloud Link. Como curiosidade fica a informação de que a impressora permite imprimir directamente em CD e DVD compatíveis.

Samsung CLX3185FW Preço: cerca de 325 euros
A solução Samsung MobilePrint é uma das mais completas em termos de envio de comandos para impressoras compatíveis. Permite não só imprimir como digitalizar e partilhar documentos, não precisando de tocar em qualquer botões que não os do telemóvel. Está disponível para plataformas Android e iOS (da Apple) e é compatível com modelos de impressoras com suporte de rede, entre as quais esta CLX3185FW.