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Costa Silva esteve no terreno para assegurar Web Summit

Ministro da Economia "encetou um conjunto de diligências com os diferentes “stakeholders” do evento, para avaliar a situação e assegurar que continuam a existir as condições necessárias para a edição de 2023".

Sérgio Lemos
24 de Outubro de 2023 às 20:16
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Depois da mais recente polémica que levou grandes empresas do setor a não participarem no evento, o ministro da Economia "encetou um conjunto de diligências com os diferentes 'skateholders' do evento, para avaliar a situação e assegurar que continuam a existir as condições necessárias para a edição de 2023". Costa Silva diz agora que mantém o compromisso com a Web Summit.

O governante interveio depois de as declarações de Paddy Cosgrave - que entretanto se demitiu do cargo de presidente-executivo da Web Summit - sobre a reação de Israel ao ataque do grupo islâmico Hamas, terem levado a uma debandada por parte de grandes empresas do setor. 

"Face aos recentes acontecimentos relacionados com a Web Summit, o ministro da Economia e do Mar encetou, na passada semana, um conjunto de diligências com os diferentes 'skateholders' do evento, para avaliar a situação e assegurar que continuam a existir as condições necessárias para a edição de 2023. As informações recolhidas até ao momento, através desses contactos, dão garantias ao Governo de que a Web Summit, que se reveste de enorme importância para o país, tem condições para decorrer com normalidade", refere o ministério tutelado por Costa Silva, num comunicado enviado às redações.

Tal como noticiou o Negócios esta terça-feira, a continuidade da Web Summit estava a gerar preocupação no Executivo, que todos os anos paga 11 milhões de euros para que o evento aconteça na capital portuguesa. O valor foi determinado num contrato assinado em 2018 e tem duração prevista até 2028. Mas, com uma série de empresas tecnológicas a "boicotarem" o evento, levantou-se a questão sobre se este investimento continuaria a ser rentável. 

"Dando cumprimento ao acordo celebrado com a Web Summit, o Governo mantém-se assim empenhado na realização do evento, nesta e nas próximas edições, e tudo fará para que a iniciativa decorra como o previsto, em particular na mobilização das startups, cujo trabalho é fundamental para dar resposta aos desafios do futuro", refere a mesma nota.

A polémica em torno da Web Summit instalou-se depois de Paddy Cosgrave, até agora rosto do evento, ter criticado a postura do Ocidente face à resposta de Israel ao ataque do grupo islâmico Hamas, a 7 de outubro. "Crimes de guerra são crimes de guerra mesmo quando são cometidos por aliados e devem ser denunciados por aquilo que são", escreveu o agora ex-CEO na rede social X (ex-Twitter). 

As palavras de Cosgrave rapidamente geraram controvérsia, com o embaixador israelita em Portugal, Dor Shapira, a dizer que Israel não irá participar no evento devido "às declarações ultrajantes proferidas", encorajando as empresas a fazerem o mesmo. Desde então, foram várias as companhias a cancelarem presença, entre as quais gigantes tecnológicas como a Intel, Siemens, Amazon, Alphabet e Meta, sendo que as últimas duas já fizeram saber que a demissão de Paddy não muda a posição das mesmas.

Equipa de gestão vai liderar edição deste ano
Depois da demissão de Paddy Cosgrave, a edição deste ano vai ser liderada pela equipa de gestão da Web Summit, comunicou esta terça-feira a empresa, numa nota enviada às redações praticamente ao mesmo tempo em que o Ministério da Economia emitiu o comunicado.

"Enquanto está pendente a nomeação de um novo CEO, a nossa equipa de gestão está a liderar um grupo global de 350 trabalhadores", refere a Web Summit. 

A companhia diz que estarão presentes no evento 2.600 "startups", mais de 300 parceiros e 800 investidores.
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