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Bruxelas vai lançar fundo de 3,5 mil milhões para start-ups tecnológicas
A Comissão Europeia quer apoiar a indústria tecnológica, para que esta consiga rivalizar com o que se faz nos EUA e na China. Bruxelas vai lançar um fundo para investir no “famoso vale de morte da inovação.”
Normalmente os fundos de capital de risco não financiam "o famoso vale de morte da inovação" (numa alusão a Silicon Valley, nos EUA), onde se desenvolvem projetos que são disruptivos mas também muito dispendiosos e arriscados, salientou Jean-Eric Paquet, responsável da Comissão Europeia pela pesquisa e inovação, numa entrevista à Bloomberg.
Em causa está a fase inicial dos projetos, quando ninguém sabe se o que está a ser desenvolvido vai efetivamente revelar-se viável ou rentável.
É neste contexto que a União Europeia deverá avançar com um fundo de investimento, cuja dotação deverá rondar os 3,5 mil milhões de euros. E que tem como objetivo investir numa fase inicial dos projetos tecnológicos e dar à Europa ferramentas e espaço para que a inovação produzida na região consiga rivalizar com a China ou os EUA, os gigantes neste setor.
As apostas do fundo, que deverá ser lançado formalmente em 2021, serão a indústria, biotecnologia, saude e inteligência artificial. De acordo com a Bloomberg, o fundo será gerido pelo Conselho Europeu de Inovação, sendo que a dimensão do fundo vai depender das negociações entre os estados-membros. Este fundo vai contribuir com garantias e ações para os projetos em causa.
Apesar de só estar previsto que o fundo arranque em 2021, já está em campo um projeto piloto. O Conselho Europeu de Inovação lançou este verão um fundo de 600 milhões de euros para testar o apetite de inovadores por um apoio que combina garantias e ações, revelou Paquet. E até ao final do ano vai escolher entre 50 a 100 projetos que possam receber esta ajuda.
"Esperamos conseguir um grande, grande impacto com este Conselho Europeu de Inovação"; realçou o responsável.
Atualmente a União Europeia injeta dinheiro nas empresas tecnológicas através de garantias concedidas pela Comissão e através do Fundo Europeu de Investimento, cujas regras não permitem que aposte em projetos e ativos com risco elevado.