A BlackBerry vai deixar de fazer smartphones, entregando a produção a parceiros no exterior, para se concentrar no negócio de software, que está em expansão e é mais rentável.  

A empresa canadiana anunciou esta quarta-feira, 28 de Setembro, que fechou um acordo de licenciamento com uma empresa indonésia para fazer e distribuir dispositivos da marca BlackBerry. É a formalização de uma decisão que vem sendo amadurecida desde que o CEO John Chen assumiu o cargo, há três anos, e que decidiu subcontratar parte da produção à Foxconn.

"Estamos a chegar a um ponto de inflexão com a nossa estratégia. A nossa base financeira é forte, e o nosso foco no software está a materializar-se", afirmou o CEO da empresa no comunicado de apresentação dos resultados trimestrais, citado pela Bloomberg.

Ainda que o mais recente smartphone da BlackBerry, o DTEK50, já fosse quase todo fabricado por parceiros, a decisão é um passo simbólico para uma empresa que já chegou a atingir uma capitalização bolsista de 80 mil milhões de dólares, com a venda de blackberries. Hoje em dia, este valor não ultrapassa os 4 mil milhões. 

No segundo trimestre, as receitas da unidade de software e serviços mais do que duplicaram face ao mesmo período do ano passado para 156 milhões de dólares. As receitas totais ascenderam a 325 milhões de dólares, abaixo das estimativas dos analistas que apontavam para 390 milhões de dólares.  

Nesse período, a empresa atingiu o "break-even" (ponto de equilíbrio em que não há prejuízos nem lucros).