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Bezos e Zuckerberg vão defender-se no Congresso com mais 70 mil milhões no bolso em 2020

As fortunas dos líderes da Amazon, Facebook e Tesla engordaram 115 mil milhões só este ano, marcado por uma recessão em todo o mundo. Bezos é ouvido hoje no Congresso, pela primeira vez, poucos dias depois de ter visto a sua conta engordar 13 mil milhões num só dia.

29 de Julho de 2020 às 13:34
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Jeff Bezos, líder da Amazon, é ouvido hoje pela primeira vez no Congresso dos Estados Unidos, numa audiência dedicada à lei da concorrência, poucos dias depois de ter acumulado mais 13 mil milhões de dólares num só dia, devido a um disparo em bolsa da empresa que lidera.

Num ano marcado por uma pandemia e uma recessão em todo o mundo, o magnata norte-americano conta com mais 63,6 mil milhões de dólares na sua carteira, numa fortuna que já excede os 200 mil milhões de dólares e que o eleva a pessoa mais rica do mundo, de acordo com o índice de multimilionários da Bloomberg. 

É expectável que o discurso de Bezos incida na forma bucólica como os seus pais investiram naquela que se viria a tornar a maior retalhista do mundo, tendo essa herança passado para o filho, que a manteve graças à lealdade dos clientes. Esta é a antevisão de grande parte dos analistas. 


Mas Bezos não está sozinho na sua ida ao Congresso de hoje. Mark Zuckerberg, um dos fundadores e líderes do Facebook, estará perante o escrutínio de Washington. A sua fortuna cresceu 9,1 mil milhões este ano. 
A audição no Congresso será realizada por videoconferência e também contará com Tim Cook e Sundar Pichai, presidentes da Apple e da Alphabet - dona da Google - respetivamente. A influência que os magnatas das "big tech" de Wall Street assumem sobre toda a indústria será o foco do escrutínio, numa audiência requerida pelo comité da Câmara dos Representantes no mês passado. 

A título de exemplo, em junho, o departamento de Justiça dos Estados Unidos estaria a equacionar avançar com uma acusação sobre a Apple, em como a empresa liderada por Tim Cook estaria a lidar com os seus fornecedores de forma inconstante, aplicando regras diferentes entre eles, segundo o Politico.   

Isto depois de a Comissão Europeia ter dito que iria investigar se as regras seguidas pela loja de aplicações da Apple violam, ou não, os princípios de concorrência. 

A investigação surgiu após queixas avançadas pelo Spotify e por um distribuidor de livros e livros áudio, que apontam falhas na dinâmica de concorrência dos respetivos mercados dentro da loja da Apple. A empresa da maçã possui duas aplicações concorrentes destas: a Apple Music e a Apple Books.

Os magnatas da tecnologia
A riqueza coletiva dos multimilionários da tecnologia no índice da Bloomberg, um ranking das 500 pessoas mais ricas do mundo, quase duplicou desde 2016, passando de 751 mil milhões de dólares para 1,4 biliões de dólares. Este foi o ritmo de crescimento mais rápido, face a qualquer outro setor.

Sete das dez pessoas mais ricas do mundo obtêm a maior parte da sua fortuna com participações em tecnologia, com um património líquido combinado de 666 mil milhões de dólares, um aumento de 147 mil milhões este ano.


Em 2020, os grandes vencedores incluem também Elon Musk, presidente da Tesla, cujo património líquido mais do que dupicou para 68,7 mil milhões de dólares, graças ao disparo nas ações da Tesla. O co-fundador da Microsoft, Bill Gates, e o ex-CEO Steve Ballmer também viram as suas fortunas disparar após deixarem a empresa. 

O indiano Mukesh Ambani, cuja fortuna está ligada à maior refinaria de petróleo do mundo. 
As ações da Reliance Industries, o conglomerado que ele controla, aumentaram 45% este ano. 

Só Elon Musk, Mark Zuckerberg e Jeff Bezos viram as suas fortunas engordar 115 mil milhões de dólares neste ano.


"Big Tech" cada vez mais "Big"
As gigantes tecnológicas de Wall Street controlam a infraestrutura da economia digital de maneira semelhante à do peso em que a indústria tinha na "Gilded Age", era dourada do final do século XIX, marcada por um rápido crescimento económico, com uma rápida expansão da industrialização. Foi também uma época de extrema desigualdade em que a grande fatia da riqueza estava toda concentrada nos mesmos protagonistas. 

Em 1900, as cinco maiores empresas dos EUA representavam menos de 6% da economia do país, segundo estimativas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Atualmente, as cinco maiores empresas de tecnologia americanas - Apple, Amazon, Alphabet, Facebook e Microsoft - têm avaliações de mercado equivalentes a cerca de 30% do PIB (produto interno bruto) dos EUA, quase o dobro face ao final de 2018.

Em 2020, as cotadas que compõem o grupo das FAANG (Facebook, Amazon, Apple, Netflix e Google) e a Microsoft veem a cotação em bolsa subir, contrastando com o desempenho no acumulado do ano do índice S&P 500 (-2%), que já espreitou o saldo positivo no ano por duas vezes. Já o tecnológico Nasdaq ganha mais de 10% e renovou máximos históricos. 

"As maiores tecnológicas podem emergir desta pandemia ainda com muito mais força", disse Daniel Ives, analista da Wedbush, numa nota. Ao Negócios, o economista-chefe da AllianzGI, Stefan Hofrichter, admitia em maio, que "o vírus provocou uma procura adicional por tecnologia com milhares de milhões de pessoas em todo o mundo a serem forçadas a trabalhar e a depender de hardware confiável e acesso rápido à internet".

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