Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Após sucesso nos EUA, casas para estrelas do TikTok chegam ao Reino Unido

A jovem de 22 anos parcialmente submersa numa banheira de leite e pétalas de flores remove lentamente a máscara que esconde o seu rosto. Foi assim que Eloise Fouladgar revelou a 53 milhões de espectadores que está a morar na casa TikTok que acabou de ser inaugurada no Reino Unido.

07 de Novembro de 2020 às 19:00
  • ...

Este tipo de vídeo de revelação é normalmente usado por criadores de menos de vinte e poucos anos para anunciar que se mudaram para uma mansão multimilionária para produzirem conteúdos para as redes sociais e promoverem marcas para as agências de marketing que pagam as contas da casa.

É um esquema com todas as despesas pagas e no qual as agências alugam residências aspiracionais para jovens criadores que já têm as suas bases de seguidores. As luxuosas moradias são abastecidas com produtos, comida e bebida de determinadas marcas — além de helicópteros, cobras e tudo o que puder levar alguém a parar para ver o conteúdo de 15 segundos.

O mercado imobiliário britânico está a ser tomado por agências de marketing que tentam replicar o sucesso alcançado nos EUA, enquanto o TikTok se vai tornando a rede social preferida dos fãs de vídeos curtos que mostram passos de dança ou sketches de comédia.

Tudo isto tem como pano de fundo a proposta do governo de Donald Trump de proibir a aplicação nos EUA, com o argumento de que o controlo chinês faz dela uma ameaça à segurança nacional. A justiça federal do estado da Pensilvânia emitiu uma interdição temporária na semana passada para travar a proibição, mas o apoio a criadores noutros mercados ainda é muito importante, independentemente do desfecho. O Reino Unido é um mercado essencial porque uma eventual proibição ou venda de ativos da empresa nos EUA não incluiria utilizadores britânicos.

A tendência da mansão de criadores começou em março no Reino Unido com a Bytehouse, da agência Fanbyte, localizada no centro de Londres. Em setembro, veio a Wave House, da Yoke Network, localizada no condado de Essex. A multimilionária Icon House, da WeRmedia, no oeste de Londres, chegou em outubro.

A pioneira Hype House, de Los Angeles, costuma ser usada como referência depois de ter recebido estrelas do TikTok como Charli D’Amelio e Addison Rae. As duas jovens tornaram-se grandes celebridades, chegando aos dois primeiros lugares do ranking da Forbes dos que mais dinheiro ganharam no TikTok no ano passado. Rae encabeçou a lista, com cerca de 5 milhões de dólares.

O mercado de influenciadores pode movimentar até 10 mil milhões de dólares este ano, de acordo com a empresa de marketing Mediakix. Dados compilados pelo Influencer Marketing Hub sugerem 9,7 mil milhões. O TikTok, pertencente à Bytedance, ainda está atrás do Instagram, mas gerou lucros de mais de 3 mil milhões de dólares e receitas de 17 mil milhões no ano passado.

Influenciadores com grandes bases de fãs costumam ganhar dinheiro com marcas que pagam para que criem posts sobre os seus produtos. As casas de criadores são uma evolução desse modelo.

As agências cobrem as despesas da casa e atraem patrocinadores. Em troca, os influenciadores afiliados produzem vídeos virais que podem incorporar produtos de clientes e exibem-nos a milhões de potenciais consumidores. As agências também podem receber uma parcela dos ganhos com a exibição de promoções de livros ou ofertas de empregos.

Ver comentários
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio