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Start-up de Braga destacada pelo Fórum Económico Mundial
Um relatório da instituição internacional sobre inovação colaborativa citou a parceria entre a Silicolife, uma jovem empresa portuguesa de biotecnologia, e a gigante norte-americana Invista.
Manipular geneticamente no computador bactérias e outros microrganismos, usando estes compostos biológicos em processos industriais que normalmente são feitos recorrendo a químicos. É isto que faz a Silocolife, uma start-up instalada em Braga que acaba de ser distinguida pelo Fórum Economico Mundial como uma das seis empresas cujas parcerias com multinacionais poderão marcar a inovação e o desenvolvimento da Europa.
No relatório sobre inovação colaborativa intitulado "Transforming Business, Driving Growth", a instituição com sede na Suíça destaca o trabalho desta pequena empresa portuguesa – criada em 2010, com 15 trabalhadores a tempo inteiro e uma facturação a rondar os 500 mil euros no final do ano passado – com a gigante norte-americana Invista, a maior produtora de fibras do mundo, que detém marcas como a Lycra.
Segundo a informação disponibilizada pela Universidade do Minho – a que a start-up está ligada, tendo sido fundada por ex-alunos em Bioinformática e professores de Informática e Engenharia Biológica da academia minhota –, a Silicolife e a Invista trabalham em conjunto desde 2013 em novas vias biológicas para produzir produtos químicos industriais, juntando "as capacidades em biotecnologia e catálise" da multinacional com as de engenharia metabólica e biologia sintética da empresa portuguesa.
Os clientes da Silicolife são sobretudo multinacionais do sector químico, que chegaram à conclusão que era mais fácil e barato contratar os serviços da empresa do que desenvolver estes processos internamente. Um nicho de mercado em que a principal concorrência ainda provém precisamente desses departamentos especializados que funcionam no seio das grandes companhias.
"Os processos biológicos são feitos a uma temperatura mais baixa, gastam pouca energia e têm resíduos que são menos perigosos que os químicos. E cada vez mais, sobretudo na Europa e nos Estados Unidos, a energia e o tratamento de resíduos são muito caros", salientou ao Negócios a fundadora e directora científica da empresa, Isabel Rocha, num artigo publicado em Novembro pelo Negócios.
Esta já não é a primeira distinção internacional para a empresa liderada por Simão Soares. Em Abril de 2013 foi escolhida pela revista de tecnologia inglesa Wired como start-up da semana, já foi destacada no Fórum Biochem (Espanha) e na publicação "BioFuelsDigest" (EUA) e recebeu o prémio Atreve-te, com a chancela da Presidência da República, para start-up do ano em 2011.