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"Bifes" fazem-se ao IMDb da música criado em Aveiro

A Câmara de Londres e a AICEP do Reino Unido ofereceram um escritório no centro da indústria discográfica mundial por 99 libras por mês para atrair a Musikki, que ambiciona ser "o principal destino de música na Internet".

Paulo Duarte/Negócios
25 de Março de 2014 às 10:00
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Menos de dois anos após a criação da Musikki, aquele que é encarado como o IMDb (base de dados de cinema) da música já entrou no radar do "UK Trade Investment", o homólogo britânico da AICEP, que identificou a plataforma aveirense como "start-up com potencial" que interessa levar para Londres.

Em conjunto com as autoridades municipais, o negócio de João Afonso vai abrir portas em Abril na capital mundial da indústria musical, por uma renda de apenas 99 libras por mês, contou ao Negócios o empreendedor de 37 anos.

O desenvolvimento do produto fica em Portugal, mas as equipas comercial e de "business development" mudam-se de armas e bagagens para Londres. Onde estão as marcas que investem, editoras, artistas e outros parceiros tecnológicos.

 

"Estamos a fechar acordos com os principais ‘players’ mundiais de música, que nos podem levar a milhões de utilizadores em muito pouco tempo. Temos o objectivo muito claro de, dentro de algum tempo, nos transformarmos no principal destino de música na Internet a nível mundial. E também na principal fonte de informação por detrás do iTunes ou do Spotify para melhorar a experiência que [os utilizadores] têm nessas plataformas", apontou João Afonso.

Formado em Novas Tecnologias da Comunicação, tal como os sócios Juliana Teixeira e Pedro Almeida, o CEO explicou que a ideia para este negócio surgiu ao aperceber-se que, para conhecer uma nova banda, tinha que ir ouvir a música ao Youtube, procurar dados na Wikipedia, comprar bilhete para um concerto noutro portal. É isso a Musikki: plataforma que reúne informação sobre música que até agora se encontrava dispersa e fragmentada pela Internet, desde dados sobre os artistas ou bandas, álbuns e vídeo clipes, até à agenda de concertos e ao serviço de compra de bilhetes ou de canções via Amazon ou iTunes.

Comparar este serviço – a que deu o nome da palavra música em finlandês – com o Google é lisonjeiro, mas João Afonso corrige que o mais correcto é chamar-lhe o IMDb da música. Numa versão melhorada por não ser estático. "A nossa informação é toda dinâmica", frisa.

 
"Avancem logo com um pequeno protótipo"

Em que fase de desenvolvimento está o vosso produto?

Estamos numa versão beta da plataforma na "web", [em que] sem anunciarmos temos perto de dez mil utilizadores únicos. Vamos lançar agora em Abril a versão "mobile" e, assim que lançarmos isso, vamos sair de "beta" nos dois serviços e começar a fazer marketing em Abril, Maio.

 

Deram muita cabeçada até aqui?

Demos muitas. Algumas acabaram por resultar bem. A primeira desilusão foi num concurso da Zon Multimédia em que nem fomos seleccionados. Mas obrigou-nos a colocar o site online. Começámos a ter utilizadores, começaram a fazer noticias sobre nós fora do país. Aí percebemos que não fomos seleccionados porque comunicámos mal a ideia. E fomos cometendo erros de estratégia inicial, de planificação, do tempo de execução de cada fase do projecto. Fomos aprendendo e adaptando.

 

Qual o conselho que dá aos empreendedores que estão agora em fase de arranque dos seus projectos?

Em vez de apostarem tanto no aprofundar do produto, avancem rapidamente com um pequeno protótipo, lancem-no, não esperem que esteja todo desenvolvido. O 'feedback' é importante para fazer algumas melhorias. E a comunicação não é supérflua, seja para um júri de um concurso ou para um investidor. Eu não descuraria isso.

 
Paixão é essencial para aguentar 16h do dia "a dar nisto"

Quando era criança passava os dias na casa da avó a ouvir os discos do seu tio, enquanto estudava trabalhou numa loja da Valentim de Carvalho, teve um programa de rádio, foi DJ em bares e teve até uma pequena loja de música mais alternativa, em Aveiro, que só abriu à noite. A paixão, neste caso pela música, é importante para os projectos darem certo? "É extremamente importante porque quem cria uma empresa vai trabalhar nisto 16 horas por dia, todos os dias. E tem de se gostar muito para acreditar no projecto e abdicar do tempo para estar com família e amigos", respondeu João Afonso, destacando que também ajuda ter conhecimento da área. "Sempre quis criar uma empresa, tinha várias ideias noutras áreas", mas avançou nesta por saber que "ia estar o dia todo a dar nisto".

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