Notícia
Vende-se tecnologia
No I2P, aprende-se a transformar conhecimento científico em negócio. Os investigadores das universidades de Lisboa, Aveiro, Coimbra e do Algarve já estão preparados para comercializar as suas invenções.
12 de Maio de 2011 às 10:18
Os peixes conversam e os humanos assistem. Com a tecnologia FishTalk, a profundidade deixou de ser um problema. Estejam onde estiverem, é possível ouvir os sons emitidos pelas espécies, analisar comportamentos e reproduzi-los para fins comerciais. Não é por acaso que a equipa de investigadores da Universidade de Lisboa saiu vencedora da edição de 2011 do Idea to Product Competition (I2P), concurso de planos de comercialização de tecnologias, que teve origem na Universidade do Texas, em Austin, nos Estados Unidos da América (EUA). A iniciativa visa apoiar equipas de investigadores, oriundas de instituições de Ensino Superior, na criação de um conceito de produto, que se baseia numa tecnologia. No fundo, querem fazer a ponte entre a ciência, as universidades e o mercado.
Só podem participar as instituições convidadas pela organização do I2P, responsáveis pela escolha das equipas concorrentes. "Os critérios de avaliação dos projectos estão claramente definidos e fazem parte do regulamento da competição, para garantir que todas as equipas concorrentes sabem, à priori, qual é a 'receita para o sucesso'", explica Pedro Vilarinho, responsável pela iniciativa Act, da COTEC - Associação Empresarial para a Inovação, que organiza o concurso em parceria com o GAPI 2.0.
Para terem sucesso, as equipas devem apresentar uma tecnologia inovadora, capaz de originar produtos ou serviços únicos, que dêem resposta a uma necessidade de mercado. Devem fazer uma apresentação bem articulada, especificando as funcionalidades da tecnologia e do produto e caracterizando o primeiro cliente e a janela de oportunidade de entrada no mercado. Mais: devem cobrir o estado de desenvolvimento da tecnologia e o caminho que seguirá até à entrada no mercado, sem esquecer a vantagem competitiva e a sustentabilidade económica do projecto.
"A COTEC foi convidada a participar pela primeira vez na final global do I2P Competition em 2007 e aceitámos, porque o formato do concurso fazia sentido para o 'benchmarking' dos projectos que saíam do programa COHiTEC (um programa de formação em comercialização de tecnologias que a COTEC organiza desde 2004)", acrescenta. Os resultados foram "muito animadores". Conseguiram um terceiro lugar no primeiro ano em que participaram, dois segundos lugares em 2008 e 2009 e venceram a edição de 2010. Porque não organizar uma competição nacional? "Fazia sentido dentro da nossa estratégia de apoio à comercialização de tecnologias desenvolvidas por investigadores das universidades portuguesas", comenta Pedro Vilarinho.
Nove universidades
Os objectivos do programa são formativos. Em dois dias, os participantes aprendem os conceitos mais relevantes para a comercialização de tecnologias. As equipas fazem uma apresentação no primeiro dia, cujo objectivo é ouvir o feedback do júri e melhorá-la para a competição do dia seguinte. "Este formato permite, sem necessidade de grandes recursos, expor um número relativamente elevado de investigadores a um processo de valorização do conhecimento por eles gerado. Este foi o motivo principal que nos levou a importar o conceito", acrescenta.
O número de equipas que a COTEC e o GAPI 2.0 podem receber no I2P está limitado. Por questões logísticas, só podem convidar nove universidades e receberam sempre uma resposta positiva, pelo que a adesão tem sido total. "O feedback que temos tido das equipas é muito positivo, pois os participantes reconhecem que a competição lhes proporciona um nível de aprendizagem na área da valorização do conhecimento muito significativo", diz Pedro Vilarinho.
A organização do I2P é feita em parceria com o GAPI 2.0, uma rede que integra oito unidades de transferência de tecnologia associadas a sete universidades. "Estas instituições promovem concursos de ideias a nível local ou regional, pelo que nos pareceu fazer sentido utilizar esses concursos para a selecção das equipas para a final nacional do I2P Portugal", diz. A iniciativa Act (Acelerador de Comercialização de Tecnologias), da COTEC, pretende transformar conhecimento em valor económico, dando uma oportunidade aos investigadores de levar as suas ideias ao mercado. Os projectos de base tecnológica que se candidatem ao Act podem optar por um percurso dedicado a projectos possíveis de gerar produtos ou serviços de grande potencial de crescimento ou por um que esteja focado em mercados de menor dimensão.
A porta de entrada para o Act é o programa COHiTEC, uma acção de formação que se centra na avaliação das tecnologias propostas pelos investigadores. Tem a duração de quatro meses e podem participar equipas constituídas por investigadores, estudantes de MBA e executivos de empresas. A necessidade de alargar o apoio aos projectos que participam no COHiTEC levou ao desenvolvimento da iniciativa Act, que inclui outras fases do processo de comercialização de tecnologias.
A iniciativa integra o aconselhamento em matérias de propriedade intelectual, regulamentação, "market intelligence", apoio na criação de um plano de negócios, no licenciamento das tecnologias e na apresentação dos projectos aos potenciais investidores.
Só podem participar as instituições convidadas pela organização do I2P, responsáveis pela escolha das equipas concorrentes. "Os critérios de avaliação dos projectos estão claramente definidos e fazem parte do regulamento da competição, para garantir que todas as equipas concorrentes sabem, à priori, qual é a 'receita para o sucesso'", explica Pedro Vilarinho, responsável pela iniciativa Act, da COTEC - Associação Empresarial para a Inovação, que organiza o concurso em parceria com o GAPI 2.0.
"A COTEC foi convidada a participar pela primeira vez na final global do I2P Competition em 2007 e aceitámos, porque o formato do concurso fazia sentido para o 'benchmarking' dos projectos que saíam do programa COHiTEC (um programa de formação em comercialização de tecnologias que a COTEC organiza desde 2004)", acrescenta. Os resultados foram "muito animadores". Conseguiram um terceiro lugar no primeiro ano em que participaram, dois segundos lugares em 2008 e 2009 e venceram a edição de 2010. Porque não organizar uma competição nacional? "Fazia sentido dentro da nossa estratégia de apoio à comercialização de tecnologias desenvolvidas por investigadores das universidades portuguesas", comenta Pedro Vilarinho.
Nove universidades
Os objectivos do programa são formativos. Em dois dias, os participantes aprendem os conceitos mais relevantes para a comercialização de tecnologias. As equipas fazem uma apresentação no primeiro dia, cujo objectivo é ouvir o feedback do júri e melhorá-la para a competição do dia seguinte. "Este formato permite, sem necessidade de grandes recursos, expor um número relativamente elevado de investigadores a um processo de valorização do conhecimento por eles gerado. Este foi o motivo principal que nos levou a importar o conceito", acrescenta.
O número de equipas que a COTEC e o GAPI 2.0 podem receber no I2P está limitado. Por questões logísticas, só podem convidar nove universidades e receberam sempre uma resposta positiva, pelo que a adesão tem sido total. "O feedback que temos tido das equipas é muito positivo, pois os participantes reconhecem que a competição lhes proporciona um nível de aprendizagem na área da valorização do conhecimento muito significativo", diz Pedro Vilarinho.
A organização do I2P é feita em parceria com o GAPI 2.0, uma rede que integra oito unidades de transferência de tecnologia associadas a sete universidades. "Estas instituições promovem concursos de ideias a nível local ou regional, pelo que nos pareceu fazer sentido utilizar esses concursos para a selecção das equipas para a final nacional do I2P Portugal", diz. A iniciativa Act (Acelerador de Comercialização de Tecnologias), da COTEC, pretende transformar conhecimento em valor económico, dando uma oportunidade aos investigadores de levar as suas ideias ao mercado. Os projectos de base tecnológica que se candidatem ao Act podem optar por um percurso dedicado a projectos possíveis de gerar produtos ou serviços de grande potencial de crescimento ou por um que esteja focado em mercados de menor dimensão.
A porta de entrada para o Act é o programa COHiTEC, uma acção de formação que se centra na avaliação das tecnologias propostas pelos investigadores. Tem a duração de quatro meses e podem participar equipas constituídas por investigadores, estudantes de MBA e executivos de empresas. A necessidade de alargar o apoio aos projectos que participam no COHiTEC levou ao desenvolvimento da iniciativa Act, que inclui outras fases do processo de comercialização de tecnologias.
A iniciativa integra o aconselhamento em matérias de propriedade intelectual, regulamentação, "market intelligence", apoio na criação de um plano de negócios, no licenciamento das tecnologias e na apresentação dos projectos aos potenciais investidores.